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Mirian Gasparin

Pesquisa aponta que processo sucessório não é prioridade nos negócios

 Metade das empresas não possui um plano formal de sucessão

Foto: divulgação

Embora a maioria dos empresários brasileiros admita que o planeamento sucessório é extremamente importante dentro das organizações em que atuam, esse processo está muito distante da realidade e não é visto como prioridade.

Esta é uma das conclusões da pesquisa “Planejamento Sucessório e como as companhias estão se preparando para o futuro”, que está sendo apresentada na manhã de hoje, em Curitiba, para empresários e executivos de empresas paranaenses pela Evermonte Executive Search, que é Referência em recrutamento executivo na Região Sul.

Eu conversei com o diretor executivo no Paraná da Evermonte, Augusto Fontoura, e ele me informou que o estudo foi produzido a partir de entrevistas com executivos de companhias das cinco regiões do país, com faturamento anual de até R$ 2 bilhões. A pesquisa teve como objetivo compreender a realidade do planejamento sucessório em diferentes portes de empresas, bem como identificar as principais lacunas a serem preenchidas no que se refere à estratégia de sucessão de lideranças.

Eu pedi ao diretor da Evermonte que me apontasse os principais destaques deste estudo. Segundo ele, o que mais chamou atenção foi o alto percentual de empresas, ou quase 50%, que não possuem plano formal de sucessão.

Outro dado relevante da pesquisa é que 35% das companhias ouvidas possuem um plano formal, porém ele não é conhecido pelos colaboradores, o que levanta questões sobre a sua eficácia na retenção de talentos e progressão de carreira.

Quanto aos principais motivos para que as empresas não disponham de planos sólidos para a sucessão de suas lideranças, Augusto Fontoura me disse que a pesquisa apontou três pontos, que são a cultura organizacional, a falta de priorização e o foco no curto prazo. Aliás, esses itens refletem uma realidade de mercado marcada por hierarquias rígidas, falta de flexibilidade e pressão por resultados imediatos.

Qual é o maior desafio de uma sucessão em empresas familiares, que hoje representam mais de 90% do total dos negócios no Brasil? 

Eu fiz essa pergunta ao diretor executivo da Evermonte no Paraná e ele me disse que um dos maiores desafios é baixar a resistência às mudanças. Acontece que o momento da sucessão é complexo e até traumático.

Outro grande desafio são os conflitos geracionais, pois envolvem diferenças de opinião e prioridades entre diferentes gerações. Membros da família de gerações diferentes podem ter visões diferentes sobre a direção que a empresa deve tomar, e isso leva a conflitos.

A insistência com familiares que não se identificam tende a levar o negócio ao fracasso no curto prazo. Traduzindo essa realidade em números, mais de 70% das empresas não resistem à segunda geração.

No entanto, nem tudo está perdido. É possível planejar e adotar medidas para que as empresas familiares possam prosperar e passar de geração em geração.

Mirian Gasparin

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