A Justiça ainda não decidiu se aceita ou não a denúncia do Ministério Público do Paraná contra um professor da UEPG, a Universidade Estadual de Ponta Grossa, na região dos campos gerais. Clovis Airton de Quadros atua no Departamento de Direito de Estado e é acusado de falsificar dados no sistema da instituição. De acordo com as investigações, ele adulterou a plataforma digital da universidade que registra as aulas ministradas pelos docentes quase 90 vezes entre junho de 2011 e dezembro de 2013. E tudo isso para obter vantagens indevidas, já que ele também trabalha como procurador da Prefeitura da cidade.

A denúncia foi oferecida pela 8ª Promotoria de Justiça da Comarca de Ponta Grossa. Segundo o documento, o professor chegava atrasado na universidade, mas alterava manualmente o horário de entrada registrado no sistema para evitar descontos no salário. Em outras ocasiões, ele também lançava informações falsas para encobrir a ausência dele em sala de aula como docente enquanto participava como aluno do curso de Licenciatura em História do mesmo estabelecimento de ensino.

O reitor da UEPG, Carlos Luciano Sant´Ana Vargas, explica que um processo administrativo interno também foi instaurado e terminou com suspensão de Quadros por 90 dias.

O professor também recebeu uma multa equivalente a um vencimento e meio dele e chegou a recorrer da decisão no Conselho Universitário, mas o pedido foi indeferido. A UEPG afirma ainda que as penas foram cumpridas entre abril, maio e junho de 2016.

Clovis Airton de Quadros foi procurado, mas não localizado pela reportagem para comentar o assunto. A BandNews também tentou contato com os promotores que assinam a denúncia do MP, mas a informação repassada pela Assessoria de Imprensa é a de que nenhum deles vai conceder entrevistas. Já a Prefeitura de Ponta Grossa não tem se manifestado sobre o caso. Se for condenado pela Justiça, o professor pode pegar de dois a 12 anos de prisão e perder a função pública. Mesmo assim, ele continua em atividade e dá aulas de Direito na universidade.