MP questiona bandeira amarela em Curitiba e aponta falhas nos critérios
O Ministério Público do Paraná questiona a manutenção da bandeira amarela em Curitiba e pede que o Poder Judiciário avalie os indicadores atuais.
A Promotoria da Saúde voltou a se manifestar, nesta segunda-feira (23), em uma ação civil pública aberta em agosto, na qual são questionados os critérios utilizados pelo Executivo.
Segundo o MP, a matriz de risco da prefeitura apresenta inadequações “gritantes” se comparada aos indicadores do Ministério da Saúde, da Sesa, dos conselhos de saúde, e da própria OMS.
Em bandeira amarela, Curitiba continua a bater recordes e registrou, ontem, o maior número de casos ativos desde o início da pandemia: 11.232 pacientes. A demanda por leitos também aumentou, e a taxa de ocupação das UTIs dos SUS se aproxima de 90%.
Citando a crescente dos números da pandemia, o promotor Marcelo Paulo Maggio afirma que “Curitiba vem trilhando caminho contrário ao proposto pelas autoridades sanitárias do Estado”. Ele ainda afirma que a capital trata as consequências sanitárias e sociais em segundo plano, priorizando condições políticas e econômicas, “sem atentar-se para a transparência e segurança” que se espera de uma matriz de risco eficiente.
Na última sexta-feira (20), a Prefeitura de Curitiba decidiu prorrogar por mais sete dias a validade da bandeira amarela. Para tanto, a Secretaria Municipal da Saúde abriu às pressas novos leitos de UTI, de forma a baixar a taxa de ocupação. A manobra foi suficiente para manter os indicadores no nível da bandeira amarela na sexta (20), mas durante o final de semana os critérios já voltaram para o indicador da bandeira laranja.
A Prefeitura de Curitiba afirma que a bandeira é definida por critérios técnicos, e pede para que a população se atente às medidas sanitárias, como distanciamento social e uso de máscara, para não impor novas medidas de restrição. Em 14 dias, a capital viu a média de novos casos de coronavírus mais do que triplicar. Há duas semanas, eram registrados 342 diagnósticos por dia. Atualmente, a média móvel é de 1.173 novos casos diários.
Reportagem: Angelo Sfair