MP recomenda fim do repasse da prefeitura à Marcha para Jesus
O Ministério Público do Paraná recomendou que o município de Curitiba pare de repassar recursos para a Marcha para Jesus, evento que acontece anualmente. A recomendação é assinada pelo promotor Paulo Ovídio dos Santos Lima, com a alegação de que o Brasil, sendo um Estado laico, vedou o repasse de verbas públicas para eventos religiosos. O documento é embasado na ação de pelo menos oito associações civis, que denunciaram o repasse como uma irregularidade, entre elas a Marcha da Maconha, o Partido Pirata e a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos. No ano passado, o evento recebeu R$ 115 mil por meio de emendas dos vereadores ao orçamento municipal, já que a Marcha para Jesus consta no calendário oficial da cidade. A bancada evangélica da Câmara Municipal garante que o dinheiro continuará a ser repassado enquanto não houver uma decisão judicial. O vereador Tiago Gevert (PSC), afirma que, mesmo que sejam proibidos de repassar o dinheiro, o evento vai acontecer.
O vereador, um dos que defende a continuidade dos repasses, diz que a bancada evangélica considera essa ação como uma afronta aos vereadores.
Desde 2005, o evento, que está na 23.ª edição, integra o calendário oficial da cidade. O promotor que assina a recomendação foi procurado mas preferiu não gravar entrevista.