Os servidores públicos são os mais cobrados no trabalho e as mulheres as que estão mais sobrecarregadas. As afirmações fazem parte de um relatório técnico baseado na pesquisa sobre o trabalho remoto na pandemia feito pelo Grupo Estudo Trabalho e Sociedade, da Universidade Federal do Paraná, em parceria com a Rede de Monitoramento Interdisciplinar da Reforma Trabalhista.

O levantamento mostra que o número de servidores públicos que precisam cumprir metas de produtividade é maior que de trabalhadores de empresas privadas. O estudo também indica que profissionais do setor de educação têm apresentado dificuldades de adaptação à nova modalidade. Com relação ao gênero, o relatório destaca que a maior parte dos profissionais que diz estar trabalhando em um ritmo mais acelerado na pandemia é composta por mulheres.

Segundo o mestre e doutorando em sociologia da UFPR, Alexandre Pilan Zanoni, as mulheres, na maioria das vezes, têm mais preocupações com os filhos e a casa.

Foram entrevistados 593 trabalhadores do setor público e 303 do setor privado. Questionados sobre e existência de metas, a maioria dos funcionários públicos (62%) disse que precisa cumprir critérios de produtividade, enquanto no setor privado 51% possuem metas. No trabalho remoto, 25% dos profissionais das duas categorias tiveram as metas de produtividade aumentadas. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios mostram que pouco mais de oito milhões de pessoas foram obrigadas a trabalharem remotamente neste período de pandemia, por causa do distanciamento social e outras medidas para combater o avanço da Covid-19. 

Reportagem: Lorena Pelanda