A partir do dia 1° de novembro, os condutores que forem pegos em situações de risco nas rodovias vão ter de pagar multas mais pesadas. No caso daquele que tentar ultrapassar pelo acostamento, por exemplo, a multa vai passar de R$127,69 para R$957,70, um aumento de 650%. Também vai ficar mais cara a multa por ultrapassar em locais perigosos como subidas, curvas e locais sem visibilidade.

Mas o maior aumento é para quem trafega em pista simples e força a ultrapassagem. A multa, nestas situações, e em casos de racha, vai passar de R$191,54 para R$1.915,40, um acréscimo de 900%. A maioria das mortes nas estradas brasileiras acontece, justamente, por causa dessa imprudência. De acordo com a PRF, 3% do universo de acidentes são de colisões frontais e isso representa 33% dos óbitos nas estradas federais.

As mudanças acontecem depois de um pedido da PRF ao Departamento Nacional de Trânsito para que houvesse uma punição mais severa para motoristas que arriscam a vida deles e de outras pessoas. O Inspetor da PRF, Wilson Martinez, esclarece que objetivo dessas novas medidas é aumentar a segurança dos motoristas e reduzir o número de mortes nas rodovias.

Para o especialista em trânsito, Celso Mariano, mexer no bolso do motorista pode ser uma medida paliativa inicial, mas não garante a efetividade da lei. Ele esclarece que o cumprimento de uma norma deveria partir da vontade do cidadão, no entanto, ainda falta espírito de coletividade.

Para que o condutor comece a respeitar as leis de trânsito, não se pode contar só com a aplicação de multas. Celso Mariano explica que é necessário um equilíbrio entre fiscalização, infraestrutura viária e educação.

De acordo com o Inspetor da PRF, Wilson Martines, daqui para frente essas fiscalizações serão contínuas. Ele explica que a intenção não é só multar os condutores, mas também educar e informar os motoristas sobre as mudanças.

Além de pagar por valores mais altos, o condutor pode ficar sem dirigir por um ano. Em caso de reincidência em um período de 12 meses, os infratores terão a multa dobrada. A estratégia adotada é a mesma da lei seca que teve o valor da multa multiplicado em 2012.