Com 54 deputados eleitos e apenas 6 parlamentares na bancada declarada de oposição ao governo do estado, nos próximos quatro anos a Assembleia Legislativa do Paraná pode deixar de cumprir um papel importante: o de contrapeso ao executivo. No discurso de abertura dos trabalhos na Casa, o presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), que era o líder do governo nos últimos quatro anos, afirmou que os deputados não serão um obstáculo para o governo do estado.

 

A união entre os poderes executivo e legislativo pode soar bem aos ouvidos, mas, na prática, a falta de atrito entre os poderes pode ser danosa não só para a população, mas também para o próprio governo do estado. Segundo o cientista político Emerson Cervi, mesmo que a maioria dos deputados não seja do mesmo partido do governador Beto Richa, a maior parte dos legisladores faz parte de legendas que apoiaram a candidatura. Isso deve fazer com que os projetos do governo sejam aprovados com mais facilidade.

Ainda de acordo com o especialista, com uma Assembleia amplamente governista, o executivo corre mais riscos de cometer erros.

Entre os projetos do governo que causam polêmica, mas devem tramitar rapidamente na Assembleia e serem aprovados, está o novo pacote de medidas de austeridade, para tentar equilibrar o caixa. Entre as ações, estão previstos cortes de benefícios dos funcionários públicos do estado. A pedido do governo, o projeto tramita em regime de urgência, e pode ser discutido ainda nesta semana, em comissão geral.