17 de julho de 1975. Há 40 anos nevava em Curitiba. O fenômeno que deixou toda a cidade branca e fez os filmes de máquinas fotográficas sumirem das prateleiras em todo o comércio da capital ainda deixa saudades. Na época a população era muito menor, cerca de 650 mil habitantes, apenas 30% do número atual.

Os flocos brancos começaram a aparecer por volta das 4h30, quando os termômetros marcavam um grau negativo, mas a neve veio com maior intensidade a partir das 7 horas e seguiu até as 15 horas. Quem teve a oportunidade de presenciar o fenômeno com os próprios olhos guarda boas lembranças. A professora Matilde Rosa detalha qual foi a surpresa ao perceber que, do lado de fora e logo pela manhã, todo o quintal estava coberto pela neve.

Já para a aposentada Sônia Vannucci a surpresa foi ainda maior, pois ela havia dado à luz para gêmeos seis dias antes, e recebeu alta no dia dezessete.

Apesar da neve, o frio acabou não sendo tão bem aproveitado pelos gêmeos, que choravam a todo momento.

E como ser mais paranaense do que o vigilante Edson Prado? Ele aproveitou o frio e a neve para preparar um pinhão na chapa.

Quem não pôde presenciar o fenômeno de 75 teve um gostinho em 2013, no dia 23 de julho. Muito mais humilde, mais rápido, com bonecos de neve bem menores e menos resistentes, mas, ainda assim: neve. Os que tem menos de 40 anos se valem dos registros fotográficos e de memória. Histórias contadas pelos pais e avós, para relembrar o dia em que Curitiba amanheceu de uma só cor.