Nova fase da Lava Jato mira contratos da Petrobras com empresas de afretamento de navios

 Nova fase da Lava Jato mira contratos da Petrobras com empresas de afretamento de navios

Foto: divulgação/PF

A nova etapa da Lava Jato tem como alvo mais de 200 contratos de afretamento da Petrobras junto a companhias do setor marítimo. São investigados crimes em contratos com valores que superam R$ 5 bilhões de reais. A etapa aprofunda as investigações relacionadas ao esquema de corrupção em contratos de afretamento de navios da estatal entre 2004 e 2015, celebrados pela Gerência Executiva de Logística da Diretoria de Abastecimento.

Foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro com base nas suspeitas de que informações privilegiadas teriam concedido vantagens a empresas do setor marítimo tendo como contrapartida o pagamento de mais de R$ 600 milhões em propinas a funcionários da Petrobras. Pra  viabilizar algumas atividades, a Petrobras precisa ter à disposição navios para o transporte marítimo de produtos, principalmente de petróleo e derivados.

Para isso, o departamento logístico realiza o afretamento de navios por meio de negociações efetuadas por escritórios localizados no Brasil e no exterior.

Segundo o procurador da República, Marcelo Ribeiro, nesses contratos é comum a participação de armadores – que são os responsáveis pelas embarcações – e os shipbrokers – empresas que atuam como intermediárias, uma espécie de corretores – nas negociações com a Petrobras.

São alvos de investigações contratos de afretamentos firmados com o armador Maersk e contratos intermediados envolvendo os shipbrokers Tide Maritime e Ferchem. Entre 2002 e 2012, a Maersk e suas subsidiárias celebraram 69 contratos de afretamento com a Petrobras, no valor aproximado de R$ 968 milhões. A Tide Maritime fechou 87 contratos de afretamento entre 2005 e 2018 totalizando cerca de R$ 2,8 bilhões. Já a Ferchem, também shipbroker, intermediou ao menos 114 contratos de afretamento marítimo na Petrobras, num valor total superior a R$ 2,7 bilhões, entre 2005 e 2015.

De acordo com o procurador da República, Athayde Costa, as propinas eram pagas pelas empresas mensalmente. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, condenado na Lava Jato, Paulo Roberto Costa, seria um dos beneficiários do dinheiro, para manter o esquema criminoso.

Entre as provas colhidas na investigação está o celular de João Cláudio Genu – ex-tesoureiro do Partido Progressista – durante a operação Politeia. Genu é já foi condenado no Mensalão e na operação Lava Jato por envolvimento em esquemas de corrupção.

No celular, foram encontradas mensagens que apontam que ele atuava na Petrobras e direcionava contratos de afretamentos para os armadores representados pela Tide Maritime e pela Ferchem.

A fase 70 da Lava Jato foi batizada de Óbolo. O nome faz referência à moeda que, de acordo com a mitologia grega, era usada para remunerar um barqueiro que conduzia as almas através do rio que separava o mundo dos vivos dos mortos.

Reportagem: Juliana Goss

Avatar

Band News Curitiba - 96,3 FM

A BandNews Curitiba está na cidade desde 2006. A emissora caiu no gosto do curitibano e, atualmente, está entre as dez rádios mais ouvidas da cidade.

3 pessoas se afogam e precisam ser socorridas em Caiobá

3 pessoas se afogam e precisam ser socorridas em Caiobá

Adolescentes foram retirados do mar conscientes e passam bem