O advogado Ivan Bonilha, de 47 anos, assumiu nesta quinta-feira (15) o cargo de presidente do Tribunal de Contas do Estado. Bonilha, que é servidor de carreira do TCE, foi eleito no ano passado e fica na presidência até o fim de 2016. Ele substitui a Artagão de Mattos Leão, após ser indicado pelo governador Beto Richa para concorrer ao cargo. O advogado foi procurador-geral de Curitiba quando o Richa era prefeito e procurador-geral do estado assim que o tucano assumiu o governo

Mesmo com a proximidade com o governador, Bonilha nega que os cargos que já teve vão influenciar na atuação dele na presidência do TCE

Entre as prioridades para os dois próximos anos, está estimular a transparência do órgão e diminuir a burocracia no processo de prestação de contas dos municípios. No ano passado, o TCE esteve envolvido em uma polêmica com a Associação de Municípios do Paraná. Prefeitos do estado entregaram à Assembleia Legislativa um projeto de lei para tentar diminuir os poderes do Tribunal. A justificativa é de que o órgão se apega a muitos detalhes e que há punição por erros burocráticos no encaminhamento da prestação de contas. A sugestão era de que a lei se chamasse Silom Schmidt, em alusão ao nome do prefeito de Santa Helena, no oeste do estado. O administrador cometeu suicídio em 2013 e deixou uma carta em que reclama dos processos que respondia por causa de contas não aprovadas pelo TCE. Na mensagem de despedida, Schmitd disse: abre aspas “Quando fui prefeito, levei vários processos. Nenhum por desvio de dinheiro (…); nenhum por obras superfaturadas ou mal feitas. Foram erros de procedimentos burocráticos, cometidos por funcionários. Isso me aborreceu muito e me envergonhou bastante” fecha aspas. O projeto ainda não tramitou na Assembleia Legislativa do Paraná. O presidente Ivan Bonilha diz que o objetivo na nova gestão é reduzir a burocracia para tentar melhorar o trabalho do tribunal e não para afrouxar a fiscalização aos municípios

Na ocasião da polêmica com os prefeitos, o Tribunal de Contas do estado afirmou que é um dos que menos aplica multas no país e que o valor delas é baixo.  A média dos valores aplicados aos administradores públicos entre 2011 e 2013 foi de R$ 800. Outro desafio do novo presidente é tentar diminuir a pilha de processos que tramita no tribunal. Atualmente, 23 mil deles esperam parecer do órgão desde o ano passado. De acordo com Ivan Bonilha, pelo menos 60% dos processos são referentes a admissão de funcionários, aprovação de convênios e transferências, além de registro de concursos.