Novos vazamentos do Intercept Brasil mostram interferência na escolha de presidente do Banco do Brasil
A força-tarefa da Lava Jato no Paraná afirma, em nota, que o site The Intercept Brasil realiza especulação sem qualquer base palpável, após novos vazamentos sobre a operação divulgados hoje (20).
De acordo com a reportagem publicada hoje, a equipe teria usado a o site O Antagonista para interferir na escolha do presidente do Banco do Brasil pelo governo federal.
Segundo a publicação, nas últimas semanas de 2018, durante a transição de governo para a gestão de Jair Bolsonaro, a força-tarefa em Curitiba teria entregue documentos à equipe do site para criar notícias que evitassem que o ex-presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, fosse indicado para a presidência do banco. Na época, Monteiro era o nome mais forte entre os cotados para assumir a instituição.
Ainda segundo o texto, o coordenador da Lava Jato no Paraná, procurador Deltan Dallagnol, teria enviado arquivos a um dos jornalistas do Antagonista para prejudicar a imagem de Monteiro. Apesar de não ter nenhuma denúncia na Lava Jato, o ex-presidente da estatal assumiu o cargo depois de Aldemir Bendine, esse sim condenado na operação.
Segundo a reportagem, as publicações do site Antagonista teriam direcionado a escolha do ministro da Economia, Paulo Guedes, por colocar Rubens Novaes no cargo de presidente do Banco do Brasil. A publicação do Intercept Brasil aponta ainda que a decisão tinha cunho político, favorecendo o grupo do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que seria amigo do procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol. Quando era deputado, Lorenzoni encabeçou as Dez Medidas Contra a Corrupção na Câmara, projeto gerido por Dallagnol.
De acordo com o MPT, não há qualquer favorecimento ou privilégio no fornecimento de informações. As mensagens que são atribuídas à força-tarefa têm sido usadas de modo descontextualizado ou deturpado, para fazer acusações que não correspondem à realidade.
Na nota, a força-tarefa da Lava Jato reforça ainda que a assessoria de comunicação do Ministério Público Federal no Paraná, por exemplo, realizou, desde o início da operação, mais de 5 mil atendimentos à imprensa e 30 coletivas.
Reportagem: Lorena Pelanda/ Juliana Goss/ Leonardo Gomes