O número de cirurgias bariátricas praticamente dobrou, no Paraná, em 2023. Se comparado com o primeiro semestre de 2022, o aumento foi superior a 89%. Nos primeiros seis meses do ano passado, 601 procedimentos foram feitos no estado. De janeiro a junho de 2023, foram 1.138 cirurgias. O balanço é do Sistema de Informações Hospitalares Descentralizado (SIHD), do Ministério da Saúde.

Apesar do crescimento, os números ainda estão bem abaixo dos que eram registrados antes da pandemia. Em 2019, por exemplo, foram 7.456 cirurgias bariátricas. No entanto, em 2020, os procedimentos eletivos foram suspensos e apenas casos mais complexos puderam ser atendidos.

O cirurgião bariátrico do Hospital São Marcelino Champagnat, Caetano Marchesini, explica o porquê de a cirurgia ser uma ferramenta eficaz no combate à obesidade.

A cirurgia bariátrica é recomendada pelo Ministério da Saúde para pessoas obesas com ou sem comorbidades, que não respondem a tratamento conservador, que envolve dieta, psicoterapia e atividade física, com acompanhamento profissional por um período de dois anos. Também há recomendação para pacientes com Índice de Massa Corporal entre 35 e 39,9, que têm doenças desencadeadas ou agravadas pela obesidade, como hipertensão arterial de difícil controle, diabetes, apneia do sono e doenças articulares degenerativas, entre outras.

De acordo com dados da Federação Internacional da Obesidade, estima-se que o Brasil deve sofrer um impacto econômico de mais de US$ 75 milhões até o ano de 2035 devido à obesidade. Desse montante, US$ 19 milhões serão destinados exclusivamente à assistência em saúde na próxima década, levando em conta também gastos com o tratamento de doenças relacionadas.

O Atlas Mundial da Obesidade 2023 projeta que mais da metade da população mundial estará com sobrepeso ou obesidade até 2035. No contexto brasileiro, a projeção aponta que até 2035, 41% da população será classificada como obesa.