A pedido do Ministério Público Federal, a Justiça Federal bloqueou mais R$ 544 milhões de empreiteiras investigadas no esquema de corrupção da Petrobras. São R$ 302,5 milhões da Galvão Participações e R$ 241,5 milhões dos grupos Camargo Correa e Sanko Sider. O bloqueio, que envolve recursos das empresas e também dos seus diretores, foi determinado em ações de improbidade administrativa que tramitam em Curitiba. Os valores, segundo os procuradores da Força Tarefa da Operação Lava Jato, referem-se a propinas pagas em contratos firmados entre os grupos e a Petrobras.

Somado a R$ 153 milhões da empreiteira Engevix, o bloqueio de valores nas ações civis de improbidade administrativa chega a quase R$ 700 milhões até agora. As ações de improbidade correspondem ao desdobramento cível dos crimes investigados na Lava Jato e detalham a participação dos envolvidos no pagamento de propina. De acordo com o Ministério Público Federal, os valores pagos a dirigentes da Petrobras variavam de 1% a 3% do montante total de contratos firmados a partir de licitações fraudulentas. Os recursos foram, segundo a acusação, distribuídos por meio de operadores financeiros, de 2004 a 2012. Os pagamentos teriam se estendido até 2014.

Os réus das ações civis públicas de improbidade administrativa têm até 15 dias para apresentar em juízo bens disponíveis que possam somar os valores determinados no bloqueio. Desde que as investigações da Lava Jato começaram, em março de 2014, o Ministério Público Federal pediu a devolução de R$ 6,7 bilhões, como reparação por danos e multas. Desse total, R$ 579,6 milhões foram efetivamente devolvidos por acordos firmados com os investigados. Os recursos foram repatriados do exterior ou devolvidos de contas no Brasil. Há ainda mais R$ 1,9 bilhão bloqueados, ainda nas contas dos acusados.