O Paraná precisa vacinar mais da metade de sua população contra a Covid-19, para que a pandemia seja controlada no estado. A conclusão é de um estudo científico conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná, em conjunto com mais 12 universidades de todo o Brasil. A pesquisa analisou qual seria o porcentual mínimo necessário de pessoas vacinadas, para que a taxa de transmissão – a chamada taxa R – fique abaixo de 1 no Paraná.

Segundo a física e professora Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Patrícia Magalhães, o estado precisa vacinar 56% de sua população para atingir esse objetivo.

A taxa R é um referencial matemático que indica para quantas pessoas um infectado transmite o vírus. A taxa se mantendo igual a 1, equivale a uma pessoa transmitindo a doença para mais uma pessoa. Por isso, os pesquisadores apontam como importante manter esse referencial abaixo de 1, para que a curva de contágio possa começar a diminuir no longo prazo.

Para a pesquisadora, os estados que adotaram medidas de controle sanitário mais rígidas, são os que agora dependem menos da vacinação para controlar a pandemia.

Apesar do mau desempenho do Paraná nos indicadores da pesquisa, o estado não está sozinho na dificuldade em controlar a expansão da  doença. A pesquisadora comenta que para baixar a taxa R, a maioria dos estados do Brasil precisa realizar uma vacinação expressiva contra a Covid-19.

Dados desta sexta-feira (18) mostram que o Paraná vacinou 33% de sua população, com a primeira dose da vacina contra a Covid-19. O período analisado pela pesquisa foi de 19 de abril a 19 de maio. Nesse intervalo, a pandemia apresentava situação crítica no estado, com a ocupação de leitos de UTI atingindo mais de 95% e o isolamento social em queda, abaixo dos 50%.

Reportagem: David Musso