O mês de setembro foi o menos letal da pandemia do coronavírus no Paraná desde novembro de 2020. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), no mês passado, 1.597 pacientes morreram por complicações da covid-19. Os óbitos vêm caindo de forma consistente há várias semanas. A redução de mortes mensais foi de 28% entre setembro e agosto. Na comparação com julho, o recuo foi superior a 64%.

A análise dos dados indica que a principal explicação para a queda expressiva de óbitos é o avanço da campanha de vacinação contra a covid-19. O Paraná viveu o pior momento da pandemia do coronavírus entre os meses de março e abril, quando foram registradas mais de 5 mil mortes mensais. Em maio, a taxa caiu para 4 mil óbitos, e oscilou para 4.267 e 4.505 nos meses seguintes.

A primeira vacina contra a covid-19 foi aplicada no Paraná no dia 18 de janeiro, mas os primeiro meses da campanha de imunização foram marcados pela lentidão e falta doses, resultado da demora do Brasil em assinar contratos com farmacêuticas e convênios, como o COVAX Facility, da OMS. O estado só se aproximou da marca de um milhão de pessoas imunizadas em abril.

Atualmente, mais de 5 milhões e setecentas mil pessoas completaram o esquema vacinal contra o coronavírus. Os indicadores da pandemia do coronavírus começam a recuar de forma expressiva no momento em que o Paraná se aproxima da chamada imunidade coletiva. Atualmente, segundo dados do Localiza SUS, o estado tem 50% da população vacinada com duas doses ou com o imunizante de dose única. “Imunidade de rebanho” é um conceito teórico que estima qual é o porcentual de pessoas imunizadas dentro de grupo para que toda a comunidade esteja protegida. Pesquisadores de todo o mundo tem estimado em 70% o porcentual necessário de imunizados para controlar a pandemia do coronavírus. 

Esse porcentual é diferente para cada doença e considera vários fatores, entre eles a taxa de replicação viral.

Reportagem: Angelo Sfair