A população em situação de rua no Paraná é a quarta maior do país. Dados do Cadastro Único, que é a porta de entrada para os programas sociais do Governo Federal, apontam que 11 mil 959 paranaenses vivem nas ruas das cidades. A capital, Curitiba, concentra quase um terço do total, com 3 mil 487 pessoas em vulnerabilidade social.

As informações foram disponibilizadas pela Secretaria de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único. Entidades sociais alertam que pode acontecer a subnotificação. Isso porque o CadÚnico depende da auto declaração, como destaca a porta-voz do Projeto Mãos Invisíveis, Vanessa Lima.

Segundo um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os problemas familiares e o desemprego são os principais motivos que levam uma pessoa às ruas. Na sequência, aparecem razões como alcoolismo e perda de moradia. Vanessa aponta que o atendimento à população de rua em Curitiba não é o suficiente para o tamanho da demanda.

Questionada pela reportagem, a prefeitura afirma que ampliou as unidades de acolhimento ao longo do ano. Atualmente, são 1611 vagas, com dormitórios, banheiros e refeitório. Com base nos dados do CadÚnico, o número representa 46% da demanda. Já a partir da estimativa das entidades sociais, o acolhimento é o suficiente para 23% da população em situação de rua na capital.

Em um ano, a população vulnerável paranaense cresceu em 27%. Em 2022, eram 9 mil 426 pessoas. O pós-doutor em Educação e professor universitário, Eduardo Miranda, aponta que a alta está ligada ao cenário econômico, político e pandêmico.

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O cenário de alta se repete em nível nacional. Em todo o país, 229 mil 038 pessoas vivem em situação de rua. O número teve alta de 30%, no comparativo com o mesmo período em 2022.

O estado de São Paulo lidera o ranking, com 93 mil pessoas em situação de rua. Na sequência estão Minas Gerais, com 24 mil, e Rio de Janeiro, com 22 mil.

Reportagem: Larissa Biscaia