Polícia Científica trabalha em laudo para explicar explosão em Palotina
Uma das hipóteses é que a explosão se originou nos túneis que ligavam os silos
Seis peritos da Polícia Científica trabalham em Palotina, no oeste do Paraná, para fazer o laudo que poderá apontar a causa da explosão em silos de armazenagem de grãos. A tragédia do dia 26 de julho matou nove trabalhadores e deixou 11 feridos.
Os técnicos analisam toda a estrutura do parque industrial da cooperativa C.Vale para apontar o local e a causa da primeira explosão. Os peritos também pretendem esclarecer o motivo do incidente. Entender se houve falha mecânica ou humana, por exemplo, pode determinar os rumos do inquérito da Polícia Civil.
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Para aumentar a precisão dos cálculos, os técnicos utilizam scanners a laser e trabalham com imagens 3D para mapear toda a planta da C.Vale. Segundo o chefe da unidade de Cascavel da Polícia Científica, Lennon Biancato, uma das hipóteses é de que o ponto de partida da tragédia tenha acontecido no túnel subterrâneo que ligava os silos de armazenagem de grãos:
Enquanto aguarda a conclusão dos laudos periciais, a Polícia Civil também trabalha no inquérito para apontar os eventuais responsáveis pela explosão. Imagens de câmeras de monitoramento são analisadas e seis testemunhas já foram ouvidas na Delegacia de Palotina.
As investigações apontam que oito dos nove trabalhadores mortos eram haitianos terceirizados pelo Sintomege, o Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadoria em Geral, em Toledo. O vice-presidente do sindicato, Nivaldo Sérgio de Souza, afirma que todos os trabalhadores agenciados pela entidade passam por treinamentos de segurança:
Em outra frente, o Ministério Público do Trabalho abriu um inquérito civil para acompanhar os desdobramentos da explosão. A promotoria entrou em acordo com a C.Vale para que a cooperativa pagasse pelos velórios, sepultamentos e cremações.
No caso dos sobreviventes, a empresa também deve garantir condições financeiras para que os familiares acompanhem os feridos nos hospitais. O MPT também defende que todas as famílias sejam indenizadas.
Reportagem: Angelo Sfair