O fim da cobrança do pedágio até o novo leilão das rodovias do Anel de Integração do Paraná divide opiniões entre usuários e motoristas. Se por um lado há o alívio pelo fim da cobrança da tarifa, até então a mais cara do Brasil, há também a insegurança sobre como será feito o controle do tráfego e o atendimento aos eventuais acidentes de trânsito. Após 24 anos, a administração dos 2,5 mil quilômetros de rodovias estaduais e federais do Anel de Integração voltam para o poder público.

Para Edson Almeida, que mora na Lapa e tem uma empresa em São José dos Pinhais, a suspensão da cobrança do pedágio significa uma economia de cerca de 700 reais por mês apenas com as tarifas que deixam de ser cobradas:

A cobrança do pedágio na BR-476, entre Lapa e Curitiba, também fazia com que muitas pessoas buscassem alternativas para evitar os mais de 30 reais de tarifas para ir e voltar. Para fugir da cobrança considerada por ele abusiva, Edson optou por investir em um segundo carro:

Entidades que representam caminhoneiros autônomos veem o fim dos contratos com ressalvas. Apesar de a cobrança ter sido suspensa em 27 praças do Anel de Integração, não há compensação direta para o caminhoneiro, uma vez que o custo de pedágio, segundo a legislação, é uma responsabilidade do embarcador. Pelo contrário, há uma pressão para que o preço do frete diminua.

Além disso, segundo o presidente do Sindicam Paraná, Josemar Cunha Bueno, a categoria está preocupada com a administração das rodovias, considerando que os contratos emergenciais para manutenção do asfalto e serviços de guincho sequer foram concluídos.

O Governo do Paraná celebrou o fim dos pedágios por pelo menos um ano, até que o novo leilão seja concluído, e garante que os serviços serão prestados sem prejuízos ao usuário. Uma força-tarefa deve atuar nas operações de guinchos mecânicos, ambulâncias, inspeção de tráfego, atendimentos em casos de acidentes ou paralisação das pistas, canalização de fluxo nas praças de pedágio, entre outros serviços. Nem todas as contratações emergenciais foram concluídas pelo DER-PR. Um dos exemplos é o edital do guincho, que recebe propostas até terça-feira (30). Por isso, não há previsão de quando o serviço será prestado aos condutores.