Pequeno Príncipe atendeu 745 casos de violência infantil em 2023
Mais de 70% das agressões foram praticadas por familiares e conhecidos da criança
No ano passado, 745 crianças e adolescentes foram atendidas no Hospital Pequeno Príncipe por suspeita de abusos e maus-tratos. A violência sexual lidera o ranking com 435 casos, dos quais 231 eram meninas. Na sequência, aparecem os casos de negligência, com 179 ocorrências; violência física, com 92 notificações; e autolesão, com 69 casos.
Do total de registros, 68,7% eram do sexo feminino; 32,8% tinham até três anos; e 70,4% estavam na Primeira Infância, período que vai desde o nascimento até os seis anos. Em relação à natureza da agressão, 73,5% delas foram domésticas, ou seja, o crime foi praticado por pessoas do vínculo familiar da criança ou adolescente. Em 67% dos casos identificáveis, o agressor era do sexo masculino. A coordenadora do serviço social da instituição, Rosane Moura Brasil, detalha que 2023 foi reconhecido como o período com maior número de notificações por suspeita de violência.
De 2022 para 2023, o aumento nas notificações do hospital foi de 14%. No último ano, a menor vítima tinha 6 dias de vida. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a violência infantil representa um dos maiores problemas de saúde pública e pode atingir, segundo estimativas, até um bilhão de vítimas anualmente em todo o mundo. Para proteger o futuro das crianças e adolescentes, é preciso que a população conheça os sinais da violação de direitos, como explica a psicóloga da instituição, Marianne Bonilha.
Outra forma de garantir os direitos das crianças e adolescentes é por meio da denúncia. Conhecer e entender os conceitos das violências é fundamental para diminuir os casos de agressões.
É possível denunciar de forma anônima e gratuita pelos telefones 156, da Prefeitura de Curitiba, 181, o Disque-Denúncia do Paraná, ou pelo 100, Disque-Denúncia nacional.
Reportagem: Mirian Villa