A força-tarefa Lava Jato em Curitiba foi prorrogada por mais um ano no Ministério Público Federal. A decisão da subprocuradora-geral da República Maria Caetana Cintra Santos foi proferida ontem (terça, 1º) em caráter liminar. No mesmo dia, o coordenador-geral da Lava Jato nos últimos seis anos, Deltan Dallagnol, anunciou o afastamento da força-tarefa. Ele será substituído por Alessandro José Fernandes de Oliveira, que foi o procurador mais experiente a manifestar interesse em assumir o posto. O prazo de validade da estrutura de trabalho terminaria no próximo dia 10.

A decisão de renovar a força-tarefa Lava Jato por mais um ano foi tomada em caráter liminar porque o Conselho Superior do Ministério Público não analisou o pedido na sessão desta terça-feira (1º). A subprocuradora-geral da República Maria Caetana Cintra Santos justificou a liminar destacando a evidente importância do grupo e a necessidade de não interromper o andamento das “investigações em prol do interesse público, do Erário e da sociedade brasileira”. Ao solicitar a renovação da força-tarefa por mais um ano, os procuradores da República no Paraná destacaram uma grande quantidade de casos em apuração.

Segundo eles, dezenas de ações penais e civis ainda aguardam uma sentença. Além disso, pelo menos 15 investigações em andamento poderiam resultar em novas etapas da Operação Lava Jato e, consequentemente, em novas denúncias e ações.

Especulou-se que a saída de Deltan Dallagnol da coordenação do grupo fosse uma condição para que a força-tarefa pudesse ser renovada. Em julho, durante um embate jurídico entre a Procuradoria-Geral da República e a Lava Jato em Curitiba, o procurador-geral Augusto Aras afirmou que era necessário “corrigir rumos” para que o “lavajatismo não perdure”. Ontem (1º), Deltan Dallagnol anunciou o afastamento da coordenação do grupo. Ele nega que tenha sofrido pressões, e justificou a saída pela necessidade de se dedicar mais ao tratamento de saúde da filha.

Reportagem: Angelo Sfair