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“Pilar de Fogo”: curta-metragem vira peça no Festival

Com sessões esgotadas, espetáculo é baseado na obra do escritor Ray Bradbury

 “Pilar de Fogo”: curta-metragem vira peça no Festival

Foto: Divulgação

Ainda na fila de entrada do Mini Auditório Glauco Flores de Sá Brito, o espectador se depara com uma escolha: o fim de uma era ou o fim de uma história. A decisão se refere ao desfecho da peça “Pilar de Fogo”, transformada pelo público antes mesmo do início da apresentação. O espetáculo da Cia Kà de Teatro foi encenado no último sábado (30), em duas sessões, com ingressos esgotados.

A peça logo começa com uma luz vermelha intensa e uma sonoplastia que lembra uma música do Bauhaus. Baseada no conto homônimo de Ray Bradbury, a apresentação teve origem em um curta-metragem produzido pela própria companhia de teatro curitibana. Influenciado por figuras como Zé do Caixão, Edgar Allan Poe e H. P. Lovecraft, a história retrata uma sociedade onde não existe o medo. Livros foram destruídos e cemitérios são lugares que representam os antigos costumes bárbaros. 

Quando o último corpo no último cemitério do mundo acorda, uma onda de violência e assassinatos ocorre, ou melhor “desaparecimentos”, pois essa sociedade no ano de 2349 não tem o conceito de homicídio. Uma única mensagem é enviada à população: “Tenham medo”.

Apesar de trazer grande parte da história de um livro de 1975, as críticas são muito atuais. Segundo o ator Cleiton Santos, o conceito da obra literária é o que torna a história moderna. “Não é a mesma situação, mas a simbologia da peça remete a isso”, destaca. Ao mesmo tempo, o espetáculo não deixa de se referir à pandemia de Covid-19 e aos efeitos dela na humanidade. “É um momento que a gente sofreu e sofre muita desinformação, é uma queima simbólica dos nossos livros e do nosso conhecimento”, comenta.

O roteiro traz uma série de questionamentos sobre a importância da racionalidade. A escritora Lauana Pereira, que veio de Cascavel (PR) para prestigiar o Festival de Curitiba, comenta como o a perspectiva de cerceamento no direito ao acesso a informações relevantes é prejudicial. “A censura marca o que não querem que a população tenha mais acesso e critique”, destaca.

Ao final da peça, o diretor Kelvin Millarch fez um apelo ao público. “Vamos consumir livros, vamos aproveitar e ir ao teatro, ao cinema, não só quando tem um ator global e sim valorizar os artistas independentes da nossa cidade”. Uma das últimas falas da peça continua reverberando na cabeça do público: “Relembrar. Nunca esquecer. É isso o que faremos agora”.

Reportagem: Ana Clara Flôres, estudante da Universidade Positivo(UP)

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felipe.lunardi

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