Pintura rupestre conta história de presença humana no Paraná
Desenho pintado em tinta vermelha está no chamado Abrigo das Cavernas, em Piraí do Sul
Uma pintura rupestre em Piraí do Sul, nos Campos Gerais do Paraná, ajuda a contar a história da presença humana no estado. O desenho, pintado em tinta vermelha, está a cerca de dois metros do chão no chamado Abrigo das Cavernas, uma cavidade incrustrada dentro da Escarpa Devoniana.
Em 1956, ele foi descrito por um casal de arqueólogos franceses como a representação de “três animais caminhando em fila”, “uma corça e dois filhotes”.
Eles chegaram até a pintura após um morador da cidade chamado Theófilo Pinto Ribeiro acionar a prefeitura e, junto ao Museu Paranaense, chegarem à conclusão que era preciso que pesquisadores analisassem as imagens, como conta a historiadora Cinara de Souza, sobrinha-neta de Theófilo.
Os arqueólogos franceses, inclusive, publicaram naquele mesmo ano um artigo em uma revista francesa sobre o desenho.
Cláudia Parellada, arqueóloga e pesquisadora do Museu Paranaense, relata que a repercussão internacional se deu pela surpresa do local.
Segundo a pesquisadora, a pintura está ligada a coletivos que habitavam o Paraná há mais de 9 mil anos. Ela ainda ressalta imagens rupestres no estado estão relacionadas a três grupos.
Desde então, Piraí do Sul virou uma parada obrigatória para o estudo da arqueologia no Paraná.
Em todo o estado, são mais de 400 sítios arqueológicos com pinturas rupestres e 50 com gravuras. A maior parte, 90%, estão na região cortada pela Escarpa Devoniana.