Polícia ouve homem que agrediu idoso negro com uma barra
Suspeito disse que confundiu idoso com ladrão de carros, mas polícia investiga racismo nas ações
O homem suspeito de agredir um idoso negro com uma barra de ferro em Curitiba foi ouvido pela polícia ontem. Ele disse que confundiu Geneon da Silva, que aguardava a esposa sair de uma consulta, com um ladrão de carros que atua na região. O delegado responsável pelo caso, Wallace Brito, conta que o agressor alegou ter sido levado ao erro por uma mulher.
Segundo o delegado, a polícia ainda investiga a motivação e não descarta a possibilidade do crime de racismo.
Geneon teve o rosto marcado por um corte profundo no queixo e próteses dentárias quebradas. A polícia procura outras testemunhas e a mulher que teria apontado Geneon como um suposto ladrão. Casos como esse tem se repetido com repercussão cada vez maior.
No último domingo (09), uma professora ficou seminua em protesto em um mercado de Curitiba, após alegar ter sido perseguida pelo segurança do local enquanto fazia compras. No Rio de Janeiro, a mulher que agrediu um entregador com uma guia de cachorro e é acusada também de injúria racial, deve prestar depoimento à polícia netsa quarta-feira (12).
Na avaliação da mestra em educação das relações etnico-raciais e membro da Assessoria de Promoção da Igualdade Étnico-Racial de Curitiba, Valéria Pereira da Silva. Estes casos expõem uma sociedade marcada pelo racismo.
A pesquisadora considera que é preciso conscientização, mas também uma mudança estrutural.
O crime de racismo tem pena prevista de 2 a 5 anos de prisão e pode ter a pena aumentada conforme outros crimes sejam cometidos, como é o caso da agressão.
Reportagem Amanda Yargas