Prefeitura cobra contrapartida do Atlético para investimento na conclusão da Arena
Em disputa judicial pelo cumprimento do acordo firmado com o Clube Atlético Paranaense para a reforma da Arena da Baixada, a Prefeitura não vai abrir mão do espaço no estádio que seria destinado a abrigar as dependências da secretaria municipal de Esporte. O convênio estabelece que o clube deve ceder por cinco anos após o fim da Copa um espaço junto à sua sede administrativa correspondente a 50% do total da área da sede, no prédio anexo à Arena que ainda está em construção. No entanto, o Clube utiliza a antiga sede administrativa, na rua Petit Carneiro, para fazer o cálculo da área a ser disponibilizada, o que corresponde a cerca de três mil metros quadrados a menos. Segundo o secretário municipal do Esporte, Aluisio Dutra Junior, a Prefeitura não deve negociar, e busca exigir os acordos contratuais.
Além do espaço para a secretaria, a Prefeitura também estuda medidas judiciais para cobrar R$ 16 milhões do Clube. O valor corresponde aos gastos com desapropriações de imóveis para a reforma do estádio. O Atlético nega a dívida e alega que quem está inadimplente é a Prefeitura de Curitiba, que deveria pagar um terço do custo da obra da Arena, no valor total de R$ 346 milhões. O convênio tripartite que envolve o Clube, a Prefeitura e o governo do estado prevê uma divisão do custo da obra por três. Mas, segundo a Prefeitura, o que está em vigor é o último aditivo contratual, de maio de 2012, onde consta um valor de R$ 184,6 milhões para a reforma. O secretário de esporte não quis se estender no assunto, mas afirma que a Procuradoria do Município cuida do caso.
As duas partes chegaram a negociar a compra de dois terrenos para o município – nos bairros Caximba e Campo do Santana – como ressarcimento pelos investimentos em desapropriações. Em dezembro passado, o Município reiterou ao Clube que o prazo se encerraria em 31 de dezembro. Mas antes dessa data, o Atlético enviou um ofício informando que não indicaria os terrenos e que ainda caberia à Prefeitura liquidar dívidas do convênio. Outra cláusula do mesmo aditivo, a quinta, diz que o Clube Atlético Paranaense teria a obrigação de ressarcir a Prefeitura dos gastos com desapropriações de imóveis, por “permuta por área de valor equivalente, de acordo com o interesse e opção do Município”.