O ex-ministro Antonio Palocci é interrogado hoje (quinta, 29) pelos delegados da Força-Tarefa Lava Jato na Polícia Federal. O depoimento está marcado para a parte da tarde. Pela manhã, foi ouvido o ex-assessor dele Branislav Kontic. Ambos foram detidos na 35ª fase da Lava Jato, assim como o também ex-assessor de Palocci Juscelino Dourado. Todas as prisões são temporárias. A Polícia Federal tem até amanhã (sexta, 30) para decidir se pede, ou não, a prorrogação das prisões por mais cinco dias ou a conversão delas para preventiva.

Ontem (quarta, 28) foi ouvido outro ex-assessor preso. O ex-chefe de gabinete de Antonio Palocci, Juscelino Dourado, disse aos delegados da Polícia Federal que não tem qualquer relacionamento com o ex-ministro desde setembro de 2005. A força-tarefa da Lava Jato acusa o ex-assessor de ser o responsável pelo recebimento de vantagens indevidas no valor de 44 milhões de reais. O advogado de defesa Cristiano Maronna disse que, em depoimento desta quarta-feira (28), o ex-assessor negou todas as acusações.

O interrogatório, que começou às duas da tarde, teve duração de mais de três horas. De acordo com a defesa, Dourado ainda esclareceu aos investigadores que, atualmente, vive da atividade dele no setor privado.

A prisão do ex-chefe de gabinete de Antonio Palocci é temporária e, portanto, vence na próxima sexta-feira (30). Agora, o advogado Cristiano Marona espera que a prisão não seja prorrogada, nem convertida em preventiva.

Depois de ouvir os investigados, as autoridades podem pedir a renovação da prisão por mais cinco dias, ou a conversão delas para preventiva, que não tem data para vencer. Se não houver manifestação da força-tarefa, os investigados poderão ser soltos. A decisão cabe ao juiz Sérgio Moro.

Os três detidos são suspeitos de participação em um esquema de pagamento sistemático de propinas que beneficiava o Partido dos Trabalhadores e a empreiteira Odebrecht. Os repasses feitos a Palocci entre 2006 e 2013 ultrapassam a marca de R$ 128 milhões.