Projeto prevê uso de resíduos de reciclagem como combustível na indústria
O rejeito de materiais que não podem ser reciclados vai se tornar combustível para indústrias cimenteiras em Curitiba. É o chamado CDR – Combustível Derivado de Resíduos – um substituto energético do coque de petróleo usado para a fabricação de cimento. Na prática, o material que sobra após a separação feita nos barracões Ecocidadão e não tem viabilidade para reciclagem e venda, vai deixar de se somar às 1.600 toneladas de resíduos diárias produzidas na capital.
Segundo o gerente geral de combustíveis alternativos da Votorantim Cimentos, Eduardo Porciúncula, a iniciativa reaproveita materiais como papel contaminado, embalagens de remédios, que misturam alumínio e plástico, entre outros resíduos que não têm condições de reciclagem.
Com a substituição do combustível, é possível reduzir as emissões de carbono, diminuir passivos ambientais em aterros sanitários e ajudar ainda na geração de renda para os catadores. A tecnologia de reaproveitamento de resíduos já existe há algum tempo em outros países. No Brasil, cidades da região sudoeste adotaram o sistema – que gera redução de custos e da quantidade de material enviado aos aterros.
Todo o processo precisa de avaliações ambientais para garantir a sustentabilidade da iniciativa. Em Curitiba, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) autorizou os testes e validações. Com isso, a expectativa é de que até julho de 2019 os resíduos passem a ser direcionados para três indústrias cimenteiras no Paraná.
É o que explica a secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza Oliveira Dias.
O projeto faz parte de um compromisso assumido pelas cimenteiras com o Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Conresol) e o IAP, em agosto do ano passado. A meta é reduzir em 90% o uso do aterro de Fazenda Rio Grande, para onde são levados os resíduos de Curitiba. Todos os dias, 1.600 toneladas de resíduos são produzidas em Curitiba – destas, 350 são encaminhadas para a reciclagem.
Reportagem: Ana Flavia Silva