Protesto dentro de Igreja em Curitiba será investigado pela polícia, afirma governador

 Protesto dentro de Igreja em Curitiba será investigado pela polícia, afirma governador
Foto: reprodução

A ocupação e protesto dentro da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Curitiba, será investigada pela polícia. A informação foi divulgada pelo governador Ratinho Junior (PSD). Segundo ele, a delegada Daniela Antunes Andrade, do 3º Distrito Policial, foi desginada para investigar o caso.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, o governador classificou o ato como “de barbaridade e ódio”.

No último sábado (5) manifestantes, liderados pelo vereador de Curitiba Renato Freitas (PT), ocuparam a igreja em forma de protesto. O grupo se organizou, em um primeiro momento, em frente ao local contra o assassinato do imigrante congolês Moïse Kabagambe, que foi morto a pauladas, no último dia 26, em um quiosque no Rio de Janeiro. No final do ato, parte dos manifestantes interrompeu uma missa que era celebrada na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Centro Histórico de Curitiba, para gritar palavras de ordem. As cenas foram gravadas.

O padre Luiz Haas, que conduzia o ato litúrgico, chegou a dizer que a intenção do grupo era atrapalhar a celebração religiosa.

Após ser palco das manifestações, a igreja anunciou promoverá uma missa pela paz no sábado (12), às 17h. Embora a Arquidiocese não deixe claro, a realização da missa uma semana depois e no mesmo horário da ocupação da igreja, é interpretada como uma resposta ao ato.

O protesto dentro da igreja gerou manifestações. O presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou o grupo de ‘marginais‘ e pediu que o ato seja investigado. A Arquidiocese de Curitiba repudiou a atitude dos manifestantes e afirmou que a Igreja Católica foi “profanada”. A repercussão do ato chegou até a Câmara Municipal. Por lá, ao menos, três vereadores já representaram contra Renato Freitas e pediram a cassação do parlamentar.

O presidente da casa, Tico Kuzma, disse que ações que violem a liberdade religiosa em locais de culto não são aceitas e todos os fatos envolvendo o episódio serão devidamente apurados.

O Partido dos Trabalhadores (PT) também lamentou a invasão à igreja. Em nota, o partido reforçou que não teve participação “nem da organização nem da decisão de adentrar o templo religioso”.

O vereador Renato Freitas negou que tenha havido qualquer invasão e afirmou que o objetivo do ato era mostrar a indignação diante de crimes, como assassinatos, que podem ser provocados pelo racismo.

Em nota, o parlamentar justificou, ainda, que o local do ato foi escolhido pela relação histórica com a população negra curitibana. A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, inaugurada em 1737, foi construída por e para pessoas escravizadas, uma vez que negros, na época, entrar em outras igrejas da cidade.

Reportagem: Leonardo Gomes

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