Publicitário Ricardo Hoffmann, investigado na Operação Lava Jato, negocia acordo de delação
O publicitário Ricardo Hoffmann, preso em Curitiba desde 10 de abril, negocia com a Força Tarefa da Operação Lava Jato um acordo de delação premiada. A colaboração pode contribuir para que as investigações avancem sobre outros ramos de atividade que vão além da Petrobras. Hoffmann é considerado estratégico nas investigações de contratos de publicidade com instituições do governo federal, como Ministério da Saúde e Caixa Econômica Federal. Os dois órgãos são alvo de inquéritos abertos pela Polícia Federal para apurar se houve irregularidades em contratos firmados com a agência Borghi/Lowe e intermediados pelo publicitário Ricardo Hoffmann. Outros inquéritos da 11.ª fase da Operação Lava Jato já concluídos investigaram as suspeitas de que Hoffmann subcontratou agências e determinou que elas repassassem valores de comissões a empresas ligadas ao ex-deputado federal André Vargas e seus irmãos: a Limiar Consultoria e Assessoria em Comunicação e a LSI Soluções em Serviços Empresariais. Investigadores da Força Tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal e na Polícia Federal não confirmam nem comentam acordos de colaboração que ainda estejam em negociação. Mas Ricardo Hoffmann é reconhecido como uma figura central nas investigações. O delegado Igor Romário de Paula diz que a partir do publicitário, a apuração deixa o ramo das empreiteiras para seguir pelo da publicidade.
O delegado compara Ricardo Hoffmann ao publicitário Marcos Valério, condenado como operador do mensalão.
O publicitário está detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. A defesa de Ricardo Hoffmann entrou com um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal em Porto Alegre.