Nesta quinta-feira (09) acontece o segundo dia de julgamento de Raphael Suss Marques, acusado pelo assassinato da fisiculturista Renata Muggiati. São ouvidas as testemunhas de defesa, acontece o interrogatório do acusado, e na sequência, haverá o debate entre os advogados.

O júri é composto por 5 mulheres e 2 homens. Raphael veste uma roupa clara e tem semblante preocupado, a esposa atual dele acompanha o julgamento, assim como familiares de Renata.

Testemunhas

A primeira testemunha ouvida foi o pai de Raphael. Com ele, a acusação abordou principalmente a situação da possível interferência na perícia, tentando mostrar que não houve pagamento para a mudança dos laudos. Já a defesa focou principalmente em outros casos de agressão física à Renata, ocorridos antes da morte, e chegou a apresentar fotos que ela teria enviado a um advogado. A intenção era demonstrar que o pai não conhecia esse lado do filho. A juíza e os jurados também perguntaram a respeito das medições prescritas por Raphael Marques à Renata Muggiati, já que ele era médico dela. O pai disse que Raphael tinha indicado uma medicação para os problemas psicológicos de Renata, mas que não foram efetivos e, por isso, o filho teria encaminhado Renata a um especialista. O pai disse também que o acusado tinha decidido terminar o relacionamento.

Ainda de manhã, começou a ser ouvida a testemunha Moacyr Molinari, engenheiro civil, professor aposentado da UFPR, que fez uma perícia sobre o caso em relação à queda do apartamento. Ainda será ouvido outro perito da área médica que deve sustentar a versão de Raphael de que Renata teria se jogado do 31º andar.

Na quarta-feira (08), quatro testemunhas da defesa foram ouvidas, legistas e peritos que sustentam a versão da acusação de que Renata teria morrido por asfixia, antes da queda. 

Maria Francisca Accioly, assistente de acusação, afirma que a contraposição não deve se sustentar no júri.

O réu é julgado por homicídio qualificado, com as qualificadoras de feminicídio, meio cruel, recurso que impossibilitou defesa da vítima e motivo torpe, além de lesão corporal e fraude processual. Se considerado culpado, Raphael Marques pode ter uma pena de até 37 anos de prisão. A acusação tem a expectativa de que o caso seja encerrado ainda hoje.

Morte

A fisioculturista Renata Muggiati morreu na madrugada de 12 de setembro de 2015, aos 31 anos. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o corpo dela foi encontrado após ser jogado pelo médico Raphael Suss Marques da janela do apartamento dele, no 31º andar de um prédio no Centro de Curitiba. Eles namoravam à época.

Raphael Suss Marques nega ter matado e jogado o corpo de Renata. Segundo ele, Renata se jogou da janela porque estava em depressão e em tratamento psiquiátrico.

Reportagem Amanda Yargas