O governador Ratinho Junior declarou nesta terça-feira (9) que a fala do ministro do STF, Gilmar Mendes, ataca gratuitamente Curitiba e os paranaenses.

O repúdio aconteceu depois que o magistrado, em uma entrevista a uma emissora de televisão, na noite de segunda-feira (8), quando se referia à Operação Lava Jato, teria relacionado autoridades como Sérgio Moro (União Brasil) com o crescimento político do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, e disse que Curitiba tem ‘o germe do fascismo’:

Pelas redes sociais, Ratinho Junior disse que o ministro Gilmar Mendes deve esclarecer a fala infeliz, que ataca gratuitamente Curitiba e os paranaenses. O governador ainda completou dizendo que o Paraná é terra de gente trabalhadora, que tem como norte o progresso, a lei e que repudia a corrupção e toda e qualquer forma de intolerância e preconceito.

Veja mais:

• ISS: terceira parcela vence nesta quarta (10) em Curitiba

A afirmação do magistrado também gerou reação em outros políticos. O ex-juiz e atualmente senador pelo Paraná, Sérgio Moro, considerou que o ministro Gilmar Mendes tem uma obsessão por ele. Moro ainda afirmou que combateu a corrupção e prendeu criminosos que saquearam a democracia.

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, se manifestou e disse que o povo curitibano e a capital paranaense não devem ser confundidos com brigas políticas.

Nesta terça, Gilmar Mendes também fez uso das redes sociais para se explicar. Na postagem, o ministro afirmou que usou uma figura de linguagem e que jamais quis ofender o povo curitibano. O magistrado concluiu dizendo que não foi Curitiba o ‘gérmen do fascismo’ e, sim, a chamada República de Curitiba, com a Operação Lava Jato e os juízes responsáveis por ela na capital paranaense.

Na Câmara Municipal de Curitiba, o vereador Marcelo Fachinello (PSC) protocolou uma moção de desagravo às falas de Gilmar Mendes. No documento, o vereador ressaltou que a afirmação é um grande desrespeito à cidade e aos curitibanos, porque ignora toda a história da capital paranaense.

Segundo Fachinello, falas como essa não podem ser aceitas e propagadas, sob o risco de passar ao país uma imagem que não condiz com a realidade do que é o povo curitibano. A moção deve ser votada na sessão plenária desta quarta-feira (10).

Além de Fachinello, assinaram a moção de desagravo os vereadores: Alexandre Leprevost, Amália Tortato, Eder Borges, Ezequias Barros, Herivelto Oliveira, Hernani, Indiara Barbosa, Jornalista Márcio Barros, Mauro Bobato, Mauro Ignácio, Nori Seto, Osias Moraes, Pastor Marciano Alves, Pier Petruzziello, Professor Euler, Sidnei Toaldo, Tico Kuzma e Tito Zeglin.

Reportagem: Leo Coelho