Com as exportações de frango restritas para 44 países, o setor agropecuário prevê um impacto em apenas 4% do mercado mensalmente. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), 50 mil toneladas podem deixar de ser exportadas em um universo de 1,2 milhão toneladas disponíveis no mercado mensalmente.

As restrições foram anunciadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) após a confirmação de um foco da doença de Newcastle em uma empresa de produção avícola no município de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. A decisão segue regras internacionais de comércio de aves com o objetivo de garantir a transparência do serviço brasileiro, frente aos países importadores.

O presidente da ABPA, Ricardo Santin, explica que a infecção é um caso isolado, não é prejudicial à saúde humana e é acompanhado por órgãos de controle.

Conforme o governo federal, a restrição é válida por 21 dias e pode ser postergada. Para países como China, Argentina e México a medida vale para todo Brasil, por enquanto. Neste caso, entre os produtos com restrições estão carnes de aves, ovos e preparados de carne. A decisão afeta diretamente o Paraná, maior produtor e exportador de frango do país. Segundo o chefe do Departamento de Defesa Animal (Adapar), Rafael Gonçalves, a situação no Rio Grande do Sul é acompanhada de perto e os impactos devem ser inevitáveis.

Uma das possibilidades cogitadas pelos produtores para escoar as toneladas represadas é exportar para outros países sem restrições. O presidente da ABPA explica que o Brasil tem parceria comercial com mais de 100 nações ao redor do mundo. Agora sobre eventual disponibilidade no mercado interno, o porta-voz afirma que isso pode acontecer, porém, pouco afetará preços ao consumidor.

O Paraná é o maior produtor e exportador de frango do país. Em 2023, foram produzidos mais de 2,1 bilhões de frangos e continua liderando amplamente o ranking dos estados, com 34% de participação nacional, seguido por Santa Catarina (13%) e Rio Grande do Sul (12%).

Reportagem: Leonardo Gomes