O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Valdir Rossoni (PSDB), diz não ver problemas em procurador da Casa ter uma irmã que trabalha em uma concessionária de pedágio. O procurador Luiz Carlos Caldas foi quem deu parecer contrário à abertura de uma CPI para investigar as concessionárias, no ano passado. A irmã dele, Maria Luiza Caldas, é funcionária da Assembleia e está afastada. Ela tem uma empresa que presta serviço para concessionárias. Na visão de Rossoni, não houve qualquer influência externa na decisão de barrar a investigação.

O procurador Caldas também garantiu que não sofreu pressão da irmã para dar um parecer contrário à CPI. Ele conversou com Amanda Menezes.

Ontem o assunto causou um bate-boca entre o propositor da CPI, o deputado Cleiton Kielse (PEN), e Ney Leprevost (PSD), que agora promete acionar Kielse no Conselho de Ética da Assembleia e na justiça. Kielse acusou Leprevost de receber um milhão de reais de concessionárias na campanha de 2010, o que teria motivado o deputado a retirar a assinatura da CPI que iria investigar as empresas. O deputado do PSD nega qualquer irregularidade e diz que vai pedir a cassação de Kielse.

Leprevost ainda chamou Kielse de pistoleiro e grileiro de terra ontem. Kielse também vai entrar no Conselho de Ética contra o deputado e pede providências da mesa executiva.

Cleiton Kielse já responde a um processo no conselho movido pelo presidente Rossoni, depois que ele deu uma entrevista à BandNews e pela primeira vez acusou parlamentares de receber dinheiro de concessionárias. O prazo para Kielse apresentar a defesa terminou hoje e amanhã os deputados se reúnem para avaliar o caso.