Sanepar nega irregularidades e alega não ser responsável pela poluição do Rio Iguaçu
A Sanepar nega qualquer irregularidade no funcionamento das estações de tratamento de esgoto e alega não ser a responsável pela poluição do Rio Iguaçu. Hoje (quinta) a Polícia Federal deflagrou a Operação Iguaçu – Água Grande e classificou a empresa como “de fachada”. Uma investigação que começou em 2009 apontou que ao invés de tratar a água, a companhia polui ainda mais o meio ambiente, cobra pelo tratamento de esgoto, mas não executa os serviços, opera estações de tratamento sem licenças e se nega a entregar relatórios ao Ibama. O diretor-presidente da Sanepar, Antonio Hallage, nega todas as informações do relatório da Polícia Federal. Ele conversou com Amanda Menezes.Hoje (quinta) a PF e o Ibama cumpriram 30 mandados de busca e apreensão em sedes da Sanepar em 19 cidades paranaenses. Trinta gerentes e diretores da companhia serão responsabilizados e indiciados por crimes ambientais, delito ao consumidor, falsidade ideológica e estelionato. O delegado da Polícia Federal, Rubens Lopes da Silva, afirma que a Sanepar é a principal responsável pela poluição das bacias de abastecimento de água do Paraná.A Sanepar, uma das maiores empresas de saneamento do Brasil, será multada em R$ 200 mil por dia até que os problemas sejam resolvidos. Além disso, o Ibama impôs uma multa de 20 mil reais por 1.800 dias, mas a empresa tem recorrido para não vagar o valor. A Polícia Federal percorreu mais de 15 mil quilômetros para fazer a coleta de 430 mostras para análises. O Ministério Público do Paraná também vai investigar o caso.A Promotoria de Defesa do Consumidor do MP informou que vai apurar se a Sanepar cobra pelo tratamento de esgoto, mas não executa o serviço corretamente. A promotoria fez a coleta de documentos e promete fazer a investigação em todo o estado. Coincidentemente, o governador Beto Richa autorizou ontem (quarta) a abertura de uma licitação para contratar uma empresa que vai fazer a limpeza e o desassoreamento dos rios Iguaçu, Belém, Ribeirão dos Padilhas, Ponta Grossa e Canal da Vila Audi, em Curitiba e Fazenda Rio Grande. O valor do serviço será de dois milhões e 700 mil reais. Segundo a Sanepar, não há qualquer ligação entre a atuação da empresa e o serviço de limpeza dos rios.