Setor defende que ainda é arriscado abandonar geração hidrelétrica
Entidade ligada à produção de Energia Limpa diz que fornecimento solar e eólica é insuficiente
O Brasil possui recursos naturais abundantes para a geração de energia elétrica. A principal fonte no país é a hídrica, que corresponde a 50,6% da geração atual.
Mas a matriz elétrica é composta ainda por outras fontes, como a solar fotovoltaica (12%), eólica (11,4%) e gás natural (8%). Ou seja, as fontes limpas e renováveis predominam e fazem com que o país se destaque como um dos mais sustentáveis do mundo na produção de eletricidade.
O presidente da Associação Brasileira de Energia Limpa (Abragel), Charles Lenzi, destaca que a sustentabilidade é imprescindível quando o assunto é geração de energia, mas precisa vir acompanhada de um sistema confiável, seguro e barato para que o fornecimento atenda a todos os requisitos do mercado.
Ao longo dos últimos anos o Brasil passou a investir nas fontes de energia solar e eólica e deixou as usinas hidrelétricas de lado. Lenzi considera isso preocupante e lembra que tanto a energia solar quanto a eólica são intermitentes e não garantem, sem complementos de outras fontes, a regularidade do fornecimento de energia elétrica no país.
Nesse contexto, além das grandes hidrelétricas, o Brasil também conta com as pequenas centrais hidrelétricas. De acordo com dados da ANEEL, elas respondem por pouco mais de 4% da matriz elétrica brasileira.
O presidente da Abragel defende que as hidrelétricas de menor porte têm um grande potencial que precisaria ser melhor explorado. Para isso é preciso que o país invista em políticas públicas voltadas para o setor.
Quando se fala em impactos, uma das maiores preocupações é com relação às crises hídricas e preservação da água para as gerações futuras.
Lenzi reconhece que há muitos desafios, mas acredita que as usinas hidrelétricas ainda são a melhor alternativa para o país.
A matriz energética brasileira é composta ainda por fontes de biomassa e gás (7,7%) e de petróleo, carvão mineral, nuclear e importação (4%).
Reportagem: Vanessa Fontanella