A taxa de reprodução eficaz do coronavírus voltou a crescer no Paraná e se mantém acima de 1 desde a segunda semana de junho. Após a perceptível queda do contágio na segunda metade de maio, a circulação do vírus causador da covid-19 voltou a ganhar força assim que as restrições diminuíram nos municípios. Segundo o acompanhamento diário da Secretaria de Estado da Saúde, a “taxa Rt” atual é de 1,05, o mesmo patamar do índice nacional, que também mostra uma tendência de agravamento da pandemia.

A taxa de reprodução do coronavírus é um indicador teórico que pretende estimar a evolução dos contágios. Quando a taxa está em 1, significa que existe uma estabilidade. Ou seja, cada paciente infectado, em média, transmite a doença para outra pessoa. Portanto, taxas acima de 1 revelam uma tendência de agravamento do cenário, enquanto índices abaixo de 1 mostram que a epidemia está sendo controlada. Para uma redução eficaz dos quadros, a “taxa Rt” deve se manter baixa por, pelo menos, duas semanas.

Apesar de teórico, a taxa de reprodução eficaz do coronavírus é um dos indicadores mais importantes da pandemia. Controlar a infecção é a forma mais eficiente de evitar quadros graves da doença e, consequentemente, internações e mortes.

Em Curitiba, o momento mais controlado da pandemia foi identificado entre setembro e outubro do ano passado. Naquele período, entre 11 de setembro e 18 de outubro, a “taxa Rt” ficou abaixo de 1 por 38 dias consecutivos. Não por acaso, os novos casos de coronavírus também registraram uma queda expressiva – a média móvel de diagnósticos diários caiu pela metade e passou de 440 para 220. Indicadores como aquele nunca mais foram registrados na capital, que atualmente tem uma média de mil casos novos por dia.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a taxa de mortalidade da covid-19 em Curitiba é de 2,5%. Ou seja, mil infecções pelo coronavírus, futuramente, tendem a acarretar 25 mortes algumas semanas depois. Além disso, controlar a reprodução do vírus é uma forma de proteger o sistema integrado de saúde. Com uma taxa de internação superior a 9%, uma média de mil casos diários cria uma demanda por aproximadamente 90 leitos clínicos ou de UTI.

Reportagem: Angelo Sfair