Após tendência de queda em julho, a taxa de transmissão do coronavírus volta a se aproximar de 1 – índice considerado preocupante e que pode resultar na infecção de milhares de pessoas em um curto período de tempo. Ontem (domingo, 8), a taxa estava em 0,94. Duas semanas atrás, era de 0,78. Os dados fazem parte do sistema Loft Sciente, ferramenta que calcula a taxa de transmissão média de todos os estados do país, com base em dados públicos.

O médico do Centro de Epidemiologia e Pesquisa Clínica da Universidade Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), José Rocha Faria Neto, além do comportamento da população, a alta tem sido influenciada pelas variantes da doença, principalmente a Delta.

A taxa de transmissão (Rt) mostra, em média, o número de pessoas que são infectadas por um único paciente já diagnosticado com a doença, em um determinado ponto no tempo. Um índice entre 3 e 4 significa na prática que toda a população será infectada pelo vírus, enquanto uma Rt de 1,5 pode ainda alcançar até 60% da população. Somente se a taxa for menor que 1, a pandemia pode ser considerada controlada.

Com os números atuais, a cada 100 pessoas infectadas no Paraná transmitem a doença para outras 94 pessoas.

O Paraná está entre os dez estados com as maiores taxas de transmissão. Na sétima posição, atrás de Tocantins (0.94), Amazonas (0.95), Mato Grosso (0.96), Distrito Federal (0.98), Goiás (1.05) e Rio de Janeiro (1.08). Todos os locais, incluindo o Paraná, estão com a taxa de transmissibilidade maior que a média nacional que chega a 0.82.

Reportagem: Leonardo Gomes