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Testemunhas são ouvidas em júri do caso Daniel; acompanhe

Expectativa é que julgamento se estenda até pelo menos quarta-feira (20)

 Testemunhas são ouvidas em júri do caso Daniel; acompanhe

Foto: BandNews Curitiba

As primeiras testemunhas da morte do jogador Daniel Corrêa Freitas são ouvidas desde o final desta manhã no primeiro dia do júri popular. A sessão começou perto das 9h no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Ao todo, sete pessoas são rés pelo crime, incluindo Edison Brittes que confessou ter assassinado o atleta em 27 de outubro de 2018 após a festa de aniversário da filha, Allana. Daniel foi encontrado morto com marcas de agressão, um corte no pescoço e o órgão genital arrancado.

Entre os crimes julgados a partir desta segunda (18) estão homicídio qualificado, ocultação do cadáver e coação do curso do processo.

No banco dos réus além da família Brittes composta por: Edison, Cristiana e Allana, estão David Willian Vollero Silva; Eduardo Henrique Ribeiro da Silva; Ygor King; e Evellyn Brisola Perusso. Antes dos depoimentos, o Tribunal definiu o Conselho de Sentença seria composto por quatro mulheres e três homens. Serão eles os responsáveis por condenar ou absolver os réus.

Para o assistente de acusação e representante da família de Daniel, Nilton Ribeiro, o júri é uma oportunidade para que a verdade seja estabelecida.

Entre os réus apenas dois estão presos: Edison Brittes e Eduardo da Silva. O patriarca da família Brittes está preso desde 1º de novembro de 2018, cinco dias após o assassinato do atleta. Já Eduardo foi preso poucos dias após o crime, ganhou liberdade em setembro de 2019, porém, está preso por suspeito de tráfico de drogas, em Foz do Iguaçu.

Os dois chegaram no Fórum de São José dos Pinhais escoltados por militares pouco antes das 8h. O restante dos réus foi até o Tribunal do Júri minutos depois, cada um acompanhado pelos advogados.

A defesa de Edison Brittes, representada por Elias Mattar Assad, argumenta que o réu apenas reagiu em defesa da família. Ele espera pela absolvição dos acusados.

Para o júri, 40 testemunhas foram convocadas para depor. Cinco são consideradas sigilosas e são elas que abrem os trabalhos nesta segunda (18).

Segundo o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), a ordem da sessão será iniciada pelo Ministério Público, em seguida defesa, depois interrogatório e por fim o debate com os sete acusados. São 2h30 atribuídas à defesa e 2h30 para os acusados.

Caso o juiz entenda como necessária uma réplica ou tréplica, será acrescido mais 2h para cada parte. Após a fase de debates, os jurados devem decidir se condenam ou absolvem os réus. De acordo com o TJ, a decisão deve ter como base o que foi apresentado ao longo do julgamento.

Em cédulas de papel, os sete jurados também responderão com “sim” ou “não” sobre a materialidade, autoria e qualificadoras das acusações pelas quais os réus respondem. As respostas são sigilosas e individuais.

Os votos são contados. Ao chegar em quatro votos iguais (maioria), o juiz encerra a contagem e o veredito é anunciado. O magistrado, então, acompanha a decisão da maioria e faz a dosimetria da pena, ou seja, determina qual a pena cabível no caso de acordo com as circunstâncias admitidas pelo Conselho de Sentença.

A previsão é que o julgamento se estenda até quarta-feira (20).

O crime

O jogador de futebol Daniel Correa Freitas, 24 anos, foi encontrado morto na área rural de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, em 27 de outubro de 2018. Ele estava parcialmente degolado e com o órgão genital cortado.

O empresário Edison Luiz Brittes Júnior, de 38 anos, confessou em depoimento à polícia ter assassinado o atleta. Segundo a polícia, tudo aconteceu depois da festa de aniversário de 18 anos da filha de Edison Brittes, Allana, na noite de 26 de outubro, na qual também estava Daniel, em uma casa noturna de Curitiba. A festa continuou na manhã do dia seguinte na casa dos Brittes.

Edison Brittes alegou, em depoimento, que Daniel tentou estuprar a esposa dele, Cristiana Brittes, e que matou o jogador “sob forte emoção”.

Antes de ser agredido e morto, o jogador Daniel trocou mensagens e fotos com um amigo em que ele aparecia deitado ao lado de Cristiana Brittes.

Dois dias após o crime, Edison Brittes marcou um encontrou em um shopping de São José dos Pinhais para, segundo a denúncia, coagir testemunhas. A reunião foi registrada por câmeras de segurança.

Edson foi preso no dia 1º de novembro, em casa, em São José dos Pinhais. Além dele, na época outras seis pessoas foram presas temporariamente pela Polícia Civil suspeitas de envolvimento no crime: Cristiana, Allana, Eduardo Henrique da Silva, namorado de uma prima de Cristiana, Ygor King, Willian David e Eduardo Purkote.

No inquérito concluído, a Polícia Civil afirmou que não houve tentativa de estupro por parte do jogador Daniel contra Cristiana. Além disso, o documento disse que Cristiana e a filha Allana mentiram em depoimento prestado à polícia.

A polícia concluiu ainda que o jogador não teve como reagir à agressão que sofreu dentro da casa, pois Daniel estava muito embriagado. De acordo com um laudo pericial, o jogador apresentava 13,4 decigramas de álcool por litro de sangue e não estava sob efeito de drogas.

Acusados e crimes

Sete pessoas são acusadas de envolvimento no crime:

• Edison Brittes Júnior: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação do cadáver, corrupção de menor e coação do curso do processo;

• Cristiana Rodrigues Brittes: homicídio qualificado (motivo torpe), fraude processual, corrupção de menor e coação do curso do processo;

• Allana Emilly Brittes: Coação do curso do processo, fraude processual e corrupção de menor

• David Willian Vollero Silva: Homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver;

• Eduardo Henrique Ribeiro da Silva: Homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação do cadáver e corrupção de menor;

• Ygor King: Homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver;

• Evellyn Brisola Perusso: Fraude processual.

Reportagem: Leonardo Gomes.

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