Testes da última fase da vacina Sputnik V no Paraná não devem acontecer antes de janeiro
Os testes da fase 3 da vacina russa, Sputnik V, não devem acontecer antes de janeiro no Paraná, segundo um relatório da frente parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado (Alep), que acompanha a pandemia da covid-19.
Em agosto, o governo do Paraná assinou um convênio com o Fundo de Investimento da Rússia para transferência de tecnologia e produção da vacina pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).
Em setembro, o laboratório paranaense informou que planejava iniciar os testes ainda em outubro. A vacinação contra a covid-19 já começou no Reino Unido e Estados Unidos. No Brasil nenhuma vacina foi autorizada para aplicação pela Anvisa. Segundo o relatório, as informações foram repassadas pela diretoria do Tecpar aos deputados da frente parlamentar.
De acordo com o coordenador da Frente Parlamentar do Coronavírus na Alep, deputado Michele Caputo, o relatório conclui que é importante ter um plano estadual de vacinação robusto e um planejamento de parcerias com laboratórios.
Segundo o documento, o plano de testes no Paraná foi revisto pelo Fundo Direto de Investimento Russo após a formalização de uma parceria com uma indústria farmacêutica privada. Com a mudança de planos, segundo o relatório, o governo do Paraná está reavaliando se continua no projeto de desenvolvimento dos imunizantes russos no Brasil. O relatório diz também que o Tecpar não tem estrutura física para produção de doses no parque tecnológico. O documento diz que seria necessária a construção de uma nova planta com estimativa de custo de R$ 1,2 bilhão.
O relatório diz que um anteprojeto para construção do parque foi protocolado no Ministério da Saúde para buscar os recursos. O Governo informou que a data para realização da última fase de testes, se o laboratório paranaense continuar no projeto, será definida pela Anvisa.
Em nota, o governo do Paraná disse que todas as opções de vacinas que apresentarem segurança e eficácia devem integrar o Programa Nacional de Imunizações (PNI). O estado tem R$ 200 milhões reservados no orçamento de 2021, mas não fechou nenhum acordo para compra de doses. O estado da Bahia também tem acordo com o governo russo para distribuir a vacina Sputnik V, mas os testes também não foram iniciados no estado.
Reportagem: Fernanda Scholze