TJ-PR envia processos de Beto Richa na Quadro Negro para Justiça Eleitoral
O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) enviou quatro processos da Operação Quadro Negro – em que o ex-governador Beto Richa é réu – para a Justiça Eleitoral. A mudança atende pedido da defesa do ex-governador que questionou a competência da justiça para julgar os casos. Nas ações da Quadro Negro, Richa responde por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro em processos que apuram desvios de verbas públicas para obras de construção e reforma de escolas no estado, entre 2012 e 2015.
As investigações da Quadro Negro, realizadas pelo Ministério Público do Paraná, culminaram na prisão de Beto Richa, entre março e abril do ano passado por obstrução de justiça. Ele ficou detido por 17 dias e solto após uma decisão da 2ª Câmara Criminal do TJ-PR. A mulher do ex-governador, Fernanda Richa, e um dos filhos dele, André Vieira Richa, também são réus em processos da operação. Os quatro processos que foram passados para o Tribunal Eleitoral tramitavam até então na 9ª Vara Criminal de Curitiba.
Para o advogado de Richa na Quadro Negro, Guilherme Lucchesi, a realocação dos processos foram corretas, já que, segundo ele, a Câmara Criminal não tinha competência para cuidar do caso.
A defesa ainda aguarda a publicação do acórdão da decisão do TJ-PR para analisá-la. Em nota, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) afirmou que ainda não foi notificado oficialmente da decisão e que tomou conhecimento informalmente.
O MP ainda ressaltou que discorda da decisão e, antes dela, já havia emitido parecer contrário ao pedido dos advogados do réu. O Ministério conclui ainda aguarda a notificação para verificar se há possibilidade de recurso.
Reportagem: Leonardo Gomes