UFPR desenvolve pesquisa para produção de carne celular
O produto oferece as mesmas propriedades idênticas da carne comercializada no mercado
Carne sem sacrifício animal. Pesquisadores paranaenses da Universidade Federal do Paraná dão início a uma pesquisa que promete trazer inovação em termos de alimento: a carne celular. A produção é feita a partir de uma célula animal extraída por meio de biópsia, sem dor ou abate.
A professora do Departamento de Zootecnia da UFPR e coordenadora do projeto, Carla Molento, explica que a multiplicação é feita por meio de um biorreator, que oferece condições similares às que existem dentro do organismo do animal para que a célula se desenvolva.
O resultado é uma carne que oferece as mesmas propriedades idênticas da carne comercializada atualmente no mercado.
Uma solução que visa atender a população global, que deve chegar a 9,8 bilhões de pessoas até 2050. Dados da World Resources Institute apontam que a demanda de alimentos no mundo deve aumentar em mais de 50%.
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E em termos de alimentos de origem animal os números são ainda mais expressivos, com quase 70% de aumento na demanda. A pesquisadora destaca que a carne celular vai impactar em bem-estar animal e em sustentabilidade.
Países como Singapura e Estados Unidos já aprovaram a comercialização de carne celular de frango. O Brasil já tem empresas interessadas em comercializar a carne celular.
A JBS, multinacional brasileira e uma das líderes globais da indústria de alimentos, anunciou recentemente um investimento de US$ 100 milhões para se tornar uma das principais fabricantes de proteína cultivada do mundo.
O Laboratório de Zootecnia Celular da UFPR (ZOOCEL) foi criado em setembro de 2022, como parte do projeto Novos Arranjos em Pesquisa e Inovação – Proteínas Alternativas (NAPI-PA), financiado pela Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná.
É o primeiro laboratório de pesquisa e ensino de zootecnia celular da América Latina.
Reportagem: Vanessa Fontanella