Um dia depois de novos trechos de conversas serem divulgados por site, Moro fala em audiência no Senado

 Um dia depois de novos trechos de conversas serem divulgados por site, Moro fala em audiência no Senado

Foto: divulgação/Eneas Gomez

Foto: divulgação/Eneas Gomez

O ministro da Justiça Sergio Moro será ouvido hoje (19) em uma audiência pública no Senado para esclarecer a troca de mensagens com procuradores da República. Ele foi convocado para explicar a suposta atuação conjunta com a força-tarefa Lava Jato – inclusive com sugestões e orientações aos acusadores -, o que é proibido por lei e fere os princípios éticos da magistratura.

Uma nova reportagem do site The Intercept Brasil traz uma conversa entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, dessa vez sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O diálogo aconteceu em 13 de abril de 2017, um dia antes da publicação de notícias envolvendo o tucano e em meio a acusações de que a Lava Jato seria seletiva, tendo como alvo principal o PT.

Nas conversas, Moro pergunta a Dallagnol se existia alguma denúncia séria contra FHC, citando a possibilidade de caixa 2 em 1996. O procurador responde que “em princípio, o que tem é muito fraco” e relata que enviou o caso para o Ministério Público de São Paulo, tendo como objetivo “passar o recado de imparcialidade”. Em resposta, Moro diz achar “questionável” a ação e ainda afirma que ela poderia “melindrar alguém cujo apoio é importante”.

A reportagem também traz e-mails que teriam sido trocados entre uma secretária da Fundação que leva o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e empresas, com citação a doações eleitorais e pagamentos ao Instituto FHC, incluindo uma planilha da Odebrecht. Em um grupo do aplicativo Telegram, o mesmo onde os e-mails foram postados, os procuradores avaliam a possibilidade de fazer uma busca e apreensão em escritório ligados a FHC, classificando as acusações como “uma bomba”.

Mas, logo depois, o procurador Roberson Pozzobon avalia que a denúncia tem menos força do que o esperado, podendo ser classificada como crime tributário. Sobre a nova reportagem o ministro Sérgio Moro se manifestou por meio de nota. Moro disse que não reconhece a autenticidade das mensagens e que considera que elas foram obtidas por meios criminosos, que podem ter sido editadas e manipuladas, e que teriam sido transmitidas há dois ou três anos.

O ministro também alega que nunca houve interferência no suposto caso envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi remetido diretamente pelo Supremo Tribunal Federa a outro Juízo, tendo este reconhecido a prescrição. Na nota, Moro também diz que a atuação dele como juiz federal sempre se pautou pela aplicação correta da lei a casos de corrupção e lavagem de dinheiro. A nota termina afirmando que a reportagem é mero sensacionalismo.

A força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná também se manifestou por meio de nota na noite dessa terça-feira e disse que repudia o que considera um ataque infundado à imparcialidade da Lava Jato. A força-tarefa alega que o caso envolvendo FHC sequer era de atribuição da Lava Jato de Curitiba e que, sempre que a força-tarefa tomou conhecimento de fatos que poderiam revelar indícios concretos de crimes envolvendo altas autoridades, independentemente do partido a que pertencessem, foram adotadas todas as providencias cabíveis.

A nota também diz que o The Intercept faz a publicação de modo tendencioso para criar artificialmente uma realidade inexistente que dê suporte a teses que favoreçam o ex-presidente Lula e que deixa de reportar o que é fato. A nota da força-tarefa também reforça que a autenticidade das mensagens não pode ser comprovada e que o site faz uma exploração sensacionalista de diversos episódios que marcaram a operação Lava Jato.

Reportagem: Felipe Harmata

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