Variante do coronavírus tende a ser mais fatal entre jovens adultos entre 20 e 29 anos, de acordo com estudo da UFPR

 Variante do coronavírus tende a ser mais fatal entre jovens adultos entre 20 e 29 anos, de acordo com estudo da UFPR

(Foto: divulgação/Unsplash)

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Pacientes jovens, com idade entre 20 e 29 anos, tiveram as taxas de letalidade pela covid-19 triplicadas em fevereiro deste ano, após o surgimento da variante P1. Isso é o que identificou o estudo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), feito em parceria com a University of Verona e o The Heart Institute. Eles analisaram dados da pandemia no Paraná do período de 1º de setembro de 2020 a 17 de março de 2021.

A maior frequência de casos graves da doença em pessoas jovens levou os pesquisadores a investigarem se isso seria consequência do número absoluto de casos da faixa etária ou a se a nova variante poderia ser mais letal para jovens e adultos.

Os pesquisadores avaliaram 553.518 casos de indivíduos infectados pelo SARSCoV-2 no Estado, sendo 8.853 registrados como fatais. As informações foram organizadas por grupos de idade, mês de diagnóstico e taxa de letalidade mensal.

A pesquisadora e acadêmica do curso de Estatística da UFPR, Maria Helena Santos de Oliveira, revela que os grupos de idade apresentavam declínio ou estabilização das taxas de mortalidade desde setembro de 2020, mas no mês de fevereiro de 2021 houve um aumento de fatalidades entre quase todas as faixas etárias.

Apesar de não conseguirem separar o efeito do colapso hospitalar e da nova variante sobre a taxa de letalidade, Maria comenta que existe uma tendência no aumento na morte dos jovens após o surgimento da nova variante P1.

No período analisado pelos pesquisadores, a taxa de mortalidade na casa dos 20 anos subiu de 0,04% para 0,13%. Para pacientes de 30 a 39 anos, a taxa subiu 93%. O risco também aumentou 110% na faixa etária de 40 a 49 anos e 80% para indivíduos com 50 e 59 anos. Nenhuma alteração foi observada pela pesquisa nas taxas de mortalidade de crianças ou adolescentes.

A conclusão do artigo aponta ainda que as descobertas exigem investigação adicional imediata, mas já servem de alarme para a saúde pública, além de merecer uma resposta global para inibir a difusão global da nova cepa. Entre as medidas mais urgentes, são elencadas a necessidade de uma saúde pública local mais agressiva, intervenções e vacinação mais rápida.

Reportagem: Fernanda Scholze

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