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Vereador recém-eleito em Araucária é condenado por ‘rachadinha’

Nilso Vaz Torres teria cometido o crime 80 vezes, entre 2010 e 2016

 Vereador recém-eleito em Araucária é condenado por ‘rachadinha’

Foto: reprodução/ Facebook

O vereador recém-eleito de Araucária, Nilso Vaz Torres (PL), foi condenado pelo crime de “rachadinha” 19 dias antes da eleição. Segundo decisão da Justiça, Nilso participou de um esquema que exigia parte da remuneração de uma servidora comissionada na cidade. O dinheiro teria sido desviado para as contas bancárias de Nilso e do ex-vereador Francisco Carlos Cabrini, já falecido. O agora parlamentar eleito era chefe de gabinete de Cabrini na época dos crimes.

Conforme o Ministério Público do Paraná (MPPR) que denunciou o caso, o esquema consistia na indicação política de uma pessoa para ocupar cargos comissionados na Câmara de Vereadores e na prefeitura de Araucária. Mas para isso, o contratado teria que devolver parte do salário, incluindo verbas rescisórias e parcela do 13º salário.

Os crimes teriam ocorrido por pelo menos 80 vezes, entre 2010 e 2016. Nilso seria o responsável por desviar o salário, inclusive tendo acesso ao cartão da vítima. Em depoimento à Justiça em 2019, a comndeando negou as acusações.

Além de Nilso, outras duas pessoas participaram do esquema e foram condenadas: uma ex-servidora que atuava como assessora parlamentar e um cunhado do vereador falecido – que não tinha ligação formal com a Câmara, mas frequentava o gabinete.

O caso faz parte de investigação do Ministério Público em Araucária que ouviu dezenas de pessoas indicadas a ocuparem cargos comissionados no Executivo. Vinte e duas testemunhas confirmaram que, além de serem indicadas pelos vereadores para assumirem os cargos na prefeitura, eram obrigadas a repassar parte dos salários, incluindo benefícios como férias, rescisão, auxílio-alimentação e restituição do Imposto de Renda, em porcentuais que chegaram a ultrapassar 70% dos valores recebidos, sob pena de demissão caso não o fizessem.

No caso do vereador eleito, ele foi condenado a cinco anos de prisão e 25 dias multa, em regime semiaberto. Já os outros envolvidos a quatro anos e dois meses de reclusão e 22 dias multa, em regime semiaberto e de três anos e nove meses de reclusão e 18 dias multa em regime aberto.

Todos também foram condenados à reparação dos danos causados aos cofres públicos e à vítima obrigada a fazer os repasses ilegais que, em valores atualizados, somam R$ 164.200,00 a serem pagos solidariamente pelos sentenciados, além da perda de eventual cargo público, função pública ou mandato eletivo após o trânsito em julgado da sentença. Nilso pode recorrer da decisão, inclusive exercendo o mandato como vereador em Araucária. Apenas depois de esgotar todas as possibilidades de recurso que ele poderá ser cassado. A reportagem tenta contato com a defesa do vereador eleito.

Reportagem: Leonardo Gomes

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Olívia Marques

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