Após dois dias de discussões, foi aprovada pela Câmara Municipal de Curitiba, nesta terça-feira (16), uma moção de repúdio às falas de Gilmar Mendes no programa Roda Vida do dia 8 de maio. Foram 25 votos favoráveis e três contrários.

Durante a entrevista, ao responder uma pergunta sobre a Operação Lava Jato, o ministro do STF afirmou que “Curitiba gerou Bolsonaro” e “tem o germe do fascismo”. A manifestação gerou uma reação imediata de vários setores. No dia seguinte, Gilmar usou a internet para se retratar e deixar claro que não se referia ao povo curitibano, mas à força-tarefa instalada na capital paranaense.

A discussão começou na segunda-feira (15), mas foi interrompida por falta de tempo. Ao ser retomado, o debate gerou discórdia entre os parlamentares. Alguns vereadores argumentaram que a Casa perdia tempo ao dedicar tanto esforço para esse assunto. Outros clamaram que para que as discussões se ativessem ao tema proposto – o repúdio à fala de Gilmar Mendes sobre Curitiba.

Isso porque o debate tomou rumos diferentes, com críticas e defesas ideológicas à Operação Lava Jato, ao ex-juiz Sergio Moro e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda no início das discussões, uma das autoras da moção coletiva de desagravo, vereadora Indiara Barbosa (Novo), argumentou que ofensas não podem ser ignoradas.

Contrário à moção de repúdio, o vereador Angelo Vanhoni (PT) alegou que a fala de Gilmar Mendes não era direcionada à cidade, mas à força-tarefa Lava Jato.

A Câmara Municipal de Curitiba colocou para votação apenas a moção de desagravo coletiva, assinada por 19 vereadores, que se restringe em repudir a fala de Gilmar Mendes no Roda Vida. Outra moção individual, apresentada pelo vereador Rodrigo Reis (União), que pretendia declarar o ministro do STF como “persona non grata” em Curitiba, não foi colocada em discussão.

Reportagem: Angelo Sfair