Aluna da UEPG se torna a primeira transexual formada na história da instituição
Uma estudante de 22 anos vai ser a primeira transexual a se formar pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) em 46 anos de história da instituição. Alícia Kruger recebe o diploma do curso de Farmácia nesta quinta-feira (28) junto a outros 31 acadêmicos. A estudante foi a primeira mulher transexual a fazer parte do Conselho Superior de uma universidade brasileira. Ela também integrou a Comissão de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil de Ponta Grossa. Alícia foi a principal responsável pela aprovação do uso do nome social de travestis e transexuais nos concursos vestibulares, na admissão de professores e funcionários e nas aulas da UEPG. Mas antes de passos importantes como esse, Alícia percorreu caminhos de muita dificuldade
A decisão de assumir a transexualidade veio no pior momento da vida de Alícia. Ela cursava o segundo ano de Farmácia, quando perdeu a mãe.
A rotina universitária intensa aliada à luta pelos direitos das travestis e transexuais faz com que Alícia alcance voos cada vez mais altos. Hoje, ela é assessora técnica do Departamento de DST, Aids e Hepatites do Ministério da Saúde e se mudou para Brasília. Mesmo com tantas conquistas, a jovem que começa hoje a carreira de farmacêutica garante que ainda tem muito a realizar.
A formatura da primeira estudante trans da UEPG ocorre na véspera do Dia Nacional da Visibilidade Trans. Nesta sexta-feira (29), um ato público na Boca Maldita, em Curitiba, comemora a data. O evento vai promover os direitos, a dignidade e o respeito à identidade de gênero. A presidente do Transgrupo Marcela Prado, Rafaelly Wiest, explica que o objetivo do ato é aproximar o cotidiano das trans da população.
O ato público pelo Dia Nacional da Visibilidade Trans vai das 10 da manhã às cinco da tarde na Boca Maldita.