O Supremo Tribunal Federal concedeu liminar contra pedido da CPI da Petrobras para quebrar sigilo da família do doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da operação Lava Jato. Os deputados queriam informações telefônicas, bancárias e fiscais da ex-mulher e das filhas do doleiro. A decisão é do ministro do STF Marco Aurélio Mello. No processo em que o doleiro responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, os advogados de defesa escreveram que a iniciativa da Comissão se trata de uma “retaliação sórdida”, já que elas jamais foram investigadas pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público Federal. O advogado Tracy Reinaldet, que defende o doleiro, esclareceu que o pedido dos deputados não apresentou qualquer tipo de argumentação válida.

O criminalista lembra que a CPI da Petrobras tem sim a competência e legitimidade para decretar quebra de sigilo, mas para isso, é necessário que haja uma fundamentação dos fatos. Portanto, Tracy Reinaldet disse que a solicitação pode ter sido feita pelo desconhecimento da investigação ou pode se tratar de movimentação política.

A liminar atendeu a um mandado de segurança apresentado ao STF pelos advogados de Kemelly e Taminy Youssef, que são filhas do doleiro, e de Joana D’Arc da Silva, ex-mulher de Youssef.