Cerca de 40% dos engasgos atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no Paraná foram de crianças de até 10 anos.

Ao todo, 422 destas ocorrências envolveram bebês com menos de um ano de idade. Para evitar mais incidentes como esse, a Secretaria do Estado da Saúde (Sesa) lançou sexta-feira, 30, um manual de desengasgo, que ensina a Manobra de Heimlich, a mais utilizada para desobstruir as vias aéreas de crianças.

A enfermeira da Seção de Atenção Primária à Saúde, Melissa Lopes Lima, explica que a técnica é simples, mas requer cuidados.

Apesar do manual, o ideal é que os pais procurem postos de saúde para participar de treinos presencialmente. Os principais sinais de engasgo em crianças são tosse, agitação, dificuldade para respirar, cor roxa ao redor dos lábios e as mãos entrelaçando o pescoço.

Em alguns casos, os pequenos podem não emitir som algum, ou fazer sons respiratórios agudos. Já as principais causas da asfixia nesse público são a ingestão de alimentos e pequenos objetos, como brinquedos e botões. Nos bebês é bastante comum o engasgo com o próprio leite da mãe e outros líquidos.

A aspiração de corpos estranhos ocorre com mais frequência na faixa etária de 1 a 3 anos, segundo Sociedade Brasileira de Pediatria.

No Brasil, até o mês de agosto foram registradas 11 mortes de bebês por engasgo. Nos primeiros sinais de asfixia, a recomendação é ligar para o 192 ou 193 e seguir as instruções dos Bombeiros.

Caso um bebê se engasgue, as orientações são:

• Aplicar a manobra de Heimlich enquanto se aguarda o socorro do Samu 192;
• Colocar o bebê de bruços sobre o braço e fazer cinco compressões entre as escápulas (no meio das costas);
• Virar o bebé de barriga para cima no braço e fazer mais cinco compressões sobre o esterno (osso que divide o peito ao meio), na altura dos mamilos;
• Manter a calma;
• Segurar o bebé no colo em posição confortável virado para si;
• Não sacudir o bebê;
• Deixar o bebê chorar, pois significa que ele está respirando;
• Nunca tentar usar os dedos para retirar o objeto da garganta do bebê, pois poderá empurrá-lo ainda mais fundo, piorando a situação;
• Observar se o bebê apresenta sinais de engasgo, como tosse, agitação, dificuldade de respirar, a cor roxa ao redor dos lábios e as mãos no pescoço, como se estivesse sufocada.

Cuidados no ambiente doméstico:

• Mantenha o piso livre de objetos pequenos como botões, colares, moedas, tachinhas etc. Esses itens devem estar longe do alcance das crianças;
• Sacolas plásticas também devem ficar longe do alcance;
• Fique atento às crianças maiores. Muitos acidentes ocorrem quando irmãos ou irmãs oferecem objetos/alimentos para os menores.

Reportagem: Paula Bulka Durães, sob supervisão de Francine Lopes