No ano passado, 55 rodovias federais do Paraná foram interditadas por causa de eventos climáticos. O número é 685% maior que o registrado em 2020, quando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) listou sete bloqueios provocados por fenômenos relacionados ao meio ambiente.

Em 2021, foram cinco interdições; em 2022, foram nove e neste ano, até 31 de maio, foram quatro bloqueios por causa de desastres naturais. As interrupções podem ser reflexo das mudanças climáticas que atingem o Brasil nos últimos anos.

Em 2023, rodovias de diversas regiões do Paraná foram bloqueadas devido às fortes chuvas. Segundo o policial rodoviário federal Maciel Júnior, este foi o evento climático que impulsionou o número de interdições.

No ano passado, mais de 10 rodovias – entre federais e estaduais – ficaram bloqueadas em um mesmo dia. A BR-376, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, por exemplo, foi totalmente interditada após o Rio Ronda transbordar.

O policial explica que os bloqueios têm o objetivo de preservar vidas.

Segundo o governo federal, 76 cidades do Paraná têm risco de deslizamento de terra, alagamento, enxurrada e inundação. Atualmente, o CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) acompanha 36 municípios com registro de acidentes decorrentes de movimentos de massa e de processos hidrológicos.

Para o geólogo e diretor do Centro de Apoio Científico em Desastres (Cenacid), Renato Lima, é preciso desenvolver estudos que compreendam os processos da natureza para minimizar os impactos.

As principais ameaças naturais no Brasil são deslizamento de terra, enxurrada, inundação, tornados e secas.

Reportagem: Mirian Villa