Parananenses presos no Egito por tráfico tentam extradição
Está marcada para março deste ano a audiência que deve decidir o destino do paranaense Lucas Stormoski, de Foz do Iguaçu, que está preso no Egito desde setembro. A informação foi confirmada pelo jornal Metro de Curitiba.
Ele tem 20 anos e foi detido no aeroporto do Cairo ao tentar entrar com três quilos e meio de cocaína no país. A família espera conseguir trazê-lo para o Brasil para ser julgado, já que a legislação no Egito prevê prisão perpétua e até mesmo execução como pena para o tráfico de drogas. Apesar da preocupação, a Anistia Internacional aponta que a pena capital é rara no país por este motivo.
Além de Lucas, outros quatro brasileiros, dois deles também de Foz do Iguaçu, no Paraná, estão detidos no Egito pelo mesmo motivos. Eles são mantidos em uma ala separada no presídio de Torá, no Cairo, onde se concentra também a maior parte dos presos políticos do país. Segundo o Itamaraty, eles são bem tratados pelas autoridades e recebem periodicamente a visita de funcionários da embaixada brasileira, que fornecem itens de higiene, vestuário e reforço na alimentação. A embaixada não disponibiliza advogados, apenas assistência jurídica.
O caso dos três jovens paranaenses, ocorridos entre maio e setembro do ano passado, levanta suspeitas de que aliciadores poderiam estar atuando em Foz do Iguaçu para recrutar jovens pobres como “mulas” para o transporte de drogas. Isso porque o perfil dos três é parecido: todos estão na faixa dos 20 anos de idade, carregavam quantidades parecidas de cocaína e são de famílias pobres. Segundo uma reportagem especial da BBC Brasil, com detalhes sobre o cotidiano dos jovens, grupos aproveitam a fiscalização deficiente e a porosidade da fronteira para escoar a produção de cocaína de países como Peru, Bolívia e Colômbia.
O Itamaraty informou ser “crescente” o número de brasileiros detidos no exterior com drogas. Atualmente, cerca de três mil brasileiros encontram-se presos fora do Brasil. No início de 2015 eram 2787. No ano passado, dois brasileiros, um deles o também paranaense Rodrigo Gularte, foram fuzilados na Indonésia, acusados de tráfico de drogas.