Bumlai e Baiano ficam frente a frente em acareação na Polícia Federal
A Polícia Federal marcou para esta quinta-feira (14) à tarde a acareação entre o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e o pecuarista José Carlos Bumlai, ambos presos durante a operação Lava Jato. O objetivo é esclarecer o suposto repasse de dois milhões de reais do lobista ao empresário.
De acordo com depoimentos de Fernando Baiano, o valor seria para o pagamento de dívidas da nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bumlai nega que tenha pago qualquer dívida de familiares do ex-presidente.
Lula também negou envolvimento em transações financeiras com Bumlai e Baiano. Outra divergência que deve ser esclarecida durante a acareação é a suspeita de envolvimento do ex-ministro Antonio Palocci numa suposta operação de propina para a campanha da presidente Dilma Rousseff no ano de 2010.
Em depoimento à Polícia Federal, José Carlos Bumlai negou ter promovido uma aproximação entre Palocci e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. O lobista Fernando Baiano, no entanto, diz que foi o pecuarista quem fez a intermediação.
A defesa do ex-ministro Antonio Palocci vem negando todas as acusações. Fernando Baiano foi detido durante a 7ª fase da Operação Lava Jato e é apontado pelos procuradores como operador de propina do esquema de desvios da Petrobras para políticos ligados ao PMDB.
Bumlai foi detido na 21ª fase da operação e é acusado de ter ajudado uma empresa do Grupo Schain a fechar um negócio bilionário com a Petrobras, para o aluguel de navios-sonda. Em troca, o grupo emprestou R$ 12 milhões de reais ao empresário, que nunca foram pagos, segundo o Ministério Público Federal. O valor da propina teria sido repassado ao Partido dos Trabalhadores (PT).